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Gabrielle

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Bugonia (2025) - paranoia, abelhas e o caos corporativo em um remake insano

Um jovem captura e interroga uma empresária que ele acredita ser uma invasora alienígena. O capturador, seu primo, a empresária e um detetive particular se envolvem em uma tensa batalha psicológica.

Personagens

  • Michelle Fuller (Emma Stone)
    A CEO que domina salas de reuniões com discursos motivacionais, mas dorme tranquilamente enquanto sua empresa arruína vidas. Fria, cômica, assustadora e brilhantemente complexa.
  •  
  • Teddy (Jesse Plemons)
    Um conspiracionista esgotado emocionalmente, obcecado pelo colapso das colônias de abelhas e traumatizado pela falha biomédica da Auxolith. Plemons entrega aqui uma performance tão intensa que é impossível não sentir empatia — e medo.
  •  
  • Don (Aidan Delbis)
    O primo ingênuo e facilmente manipulável, perdido em um plano que parece grande demais para qualquer pessoa sensata.
  •  
  • Alicia Silverstone
    Como a mãe de Teddy, mantida em coma após o teste de um medicamento experimental. Sua presença silenciosa paira sobre toda a narrativa.

História

A trama gira em torno de Teddy (Jesse Plemons), um jovem emocionalmente instável e paranoico que está convencido de que a Terra será destruída por alienígenas disfarçados de humanos. Ele acredita — com absoluta certeza — que uma poderosa executivo (Emma Stone) é, na verdade, uma líder alienígena infiltrada. Então ele faz o inevitável: sequestra a mulher, leva-a para um porão isolado e o interroga com métodos extremamente questionáveis, acreditando que está salvando o planeta.

História

Pode Ver Sem Medo

Bugonia, o novo filme estrelado por Emma Stone e Jesse Plemons, transforma uma crítica ao capitalismo moderno numa espiral de paranoia, violência e humor negro. Baseado no cult coreano Save The Green Planet! (2003), o longa preserva o espírito insano do original enquanto adiciona um verniz mais ácido, mais teatral e muito mais desconfortável.

 

Emma Stone interpreta Michelle Fuller, a poderosa CEO da Auxolith Biosciences — uma corporação que vende inovação, empatia e discursos de diversidade, enquanto esconde práticas duvidosas e vidas arruinadas por trás de seus avanços médicos. Michelle é fria, perfeccionista e performática, como se tivesse sempre uma plateia avaliando cada gesto. E sim, levemente “felina”, inspirada na estética teatral de Chappell Roan.

 

Mas o que parece apenas mais um dia de liderança corporativa vai se tornar um pesadelo.

 

Do outro lado dessa história está Teddy (Jesse Plemons), um apicultor recluso e conspiracionista que vive isolado em uma casa deteriorada, com janelas cobertas de papel alumínio e um quintal tomado por colmeias. Vítima de um medicamento experimental da própria Auxolith — que deixou sua mãe em coma —, Teddy tem uma convicção inabalável: Michelle é uma alienígena do planeta Andrômeda enviada para exterminar a humanidade… e matar as abelhas.

 

Com a ajuda do primo Don (Aidan Delbis), Teddy elabora um plano tão absurdo quanto perturbador: invadir a casa da executiva, dopá-la, raspá-la careca (Emma Stone faz isso de verdade, diante das câmeras) e confiná-la no porão, onde pretende arrancar uma confissão — ou salvar o planeta, dependendo do seu ponto de vista.

 

O sequestro rapidamente se transforma em uma batalha psicológica fascinante:
Teddy precisa convencer Michelle de que ela é uma alienígena. Michelle precisa convencer Teddy de que ela não é. E o espectador fica perigosamente no meio.

 

A trilha sonora — ora majestosa, ora dissonante — de Jerskin Fendrix só amplifica essa sensação de que estamos à beira da insanidade.

 


 

Entre paranoia e crítica corporativa

 

O filme funciona como um thriller psicológico repleto de humor negro, mas também como uma sátira feroz ao capitalismo contemporâneo: CEOs messiânicas, empresas “salvadoras do mundo”, discursos sustentáveis vazios, promessas de responsabilidade social contrastando com práticas destrutivas. Michelle é o retrato perfeito desse sistema: calculada, sedutora e completamente desconectada do impacto real de suas decisões.

 

Enquanto isso, Teddy vê o colapso das abelhas — suas queridas abelhas — como uma metáfora (ou sinal literal) do fim iminente da humanidade.

 

E se Michelle realmente for um ser alienígena?


E se Teddy estiver completamente delirante?


O filme brinca o tempo inteiro com essa dúvida.

 


 

Violência, vísceras e a virada para o absurdo

 

Bugonia não tem pudor de mergulhar na violência gráfica quando necessário. O filme esfrega na tela vísceras, estilhaços e horrores corporais com a mesma naturalidade com que entrega piadas desconfortáveis. Conforme a relação entre sequestrador e sequestrada evolui, Michelle passa a “participar” da narrativa alienígena — qualquer coisa para ganhar tempo, sobreviver e escapar da obsessão crescente de Teddy, que precisa arrancar dela a promessa de retirar sua suposta espécie da Terra antes do próximo eclipse lunar.

 

Essa dança entre manipulação, desespero e loucura é o coração do filme.

 


 

Mas… funciona?

 

O filme constrói uma tensão brilhante, com atuações impecáveis e direção segura. Porém, seu desenvolvimento se arrasta em alguns momentos, e o clímax final, embora fiel ao caos do original, acaba sendo o elemento mais divisivo.

 

O desfecho tenta entregar uma mensagem sobre a incapacidade da humanidade de aprender com seus próprios erros, mas o faz com tamanha teatralidade e alegoria que muita gente vai achar simplesmente… ridículo.

 

Eu, pessoalmente, detestei o final. Ele recorre a uma alegoria exagerada e até meio boba para reforçar a ideia de que Bugonia não acredita muito na capacidade humana de aprender com os próprios erros. A mensagem é clara: ainda dá tempo de mudar o rumo — mas, sinceramente, o filme duvida que vamos conseguir.

 

Ainda assim, Bugonia é uma experiência: ousada, estranha, repulsiva, engraçada e dolorosamente humana — mesmo quando flerta com a ficção científica mais delirante.

Curiosidades

Emma Stone teve a cabeça raspada diante das câmeras e, minutos antes da cena ser filmada, raspou a cabeça de seu amigo, o diretor Yorgos Lanthimos.

 

Na cena do sequestro de Bugonia (2025), os sequestradores usam máscaras de Jennifer Aniston, uma ideia de Yorgos Lanthimos, um grande fã de Friends (1994). Eles obtiveram o consentimento entusiasmado de Aniston, que tem ascendência grega.

 

Para as exibições em Los Angeles, os participantes podiam entrar de graça, mas apenas se fossem carecas ou concordassem em raspar a cabeça no local. Emma Stone revelou em uma entrevista que a ideia foi dela.

 

Bugonia (2025) é uma adaptação inspirada no filme sul-coreano de 2003, Save the Green Planet! (2003). Inicialmente, o diretor original, Jang Joon-hwan, estava escalado para dirigir o projeto, trabalhando com o roteirista americano Will Tracy no roteiro. Devido a problemas de saúde que impediram a continuidade do envolvimento de Jang Joon-hwan, a CJ Entertainment, atraída pela visão singular de direção de Yorgos Lanthimos, o nomeou para liderar o projeto.

 

O diretor de arte vencedor do Oscar, James Price, construiu do zero a casa e o porão onde se passa a maior parte das cenas de Bugonia (2025).

 

Bugonia provavelmente vem de begônia (uma flor), com a inicial trocada para formar a palavra "bug" (inseto), em consonância com a crença de Teddy e Don de que Michelle é uma rainha dos insetos. O termo "bugonia" (geralmente escrito bougonia) refere-se principalmente a um antigo ritual grego para gerar abelhas a partir da carcaça de uma vaca, baseado na crença errônea de que as abelhas se formam a partir dos corpos de animais recém-falecidos.

Onde assistir?

O filme está nos cinemas e em algumas plataformas digitais.

Avaliações

  • IMDB logo 7,6
    Rotten Tomatoes logo 87%
    PVSM logo 6,5

Tags:

#filmes #drama #scifi #mistério

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