Maníaco do Parque (2024)

O filme mergulha na história de um dos mais notórios serial killers do Brasil, o motoboy Francisco, que foi acusado de atacar vinte e três mulheres, assassinar dez delas e esconder seus corpos em um parque em São Paulo na década de 1990.

Personagens

Silvero Pereira- Francisco
Giovanna Grigio- Elena
Gilberto Barros- Gilberto Barros
Bruno Garcia- Zico Brandão
Mel Lisboa- Martha
Christian Malheiros- Beto
Augusto Madeira- Delegado Medeiros

Resenha em vídeo:

História

A história do assassino e os detalhes de sua psicopatia são revelados por Elena, uma repórter novata que vê na investigação dos crimes cometidos pelo maníaco uma grande chance de alavancar sua carreira. Enquanto Francisco continua vivendo livre, patinando em parques e agredindo mulheres, sua fama na mídia sensacionalista cresce vertiginosamente, gerando terror na capital paulista.

Pode ver sem medo

O filme é uma produção brasileira que retrata um dos casos criminais mais chocantes do país: os crimes cometidos por Francisco de Assis Pereira, conhecido como o "Maníaco do Parque". Ele foi responsável por uma série de assassinatos que ocorreram no Parque do Estado, na Zona Sul de São Paulo, no final dos anos 1990. O filme mistura ficção com elementos documentais, mergulhando na mente do criminoso e na investigação policial que levou à sua captura.

A trama acompanha a investigação policial, intercalada com flashbacks dos crimes cometidos por Francisco de Assis Pereira. Ele atraía jovens mulheres oferecendo oportunidades de trabalho como modelos. Depois de ganhar sua confiança, ele as levava para uma área isolada do parque, onde cometia abusos e, em muitos casos, assassinava suas vítimas. O filme explora os momentos de tensão e o medo que tomou conta da cidade na época dos crimes, além de focar na dor das famílias das vítimas e no impacto midiático do caso.

Ele recria os cenários da época, toda a ambientação dos anos 90 é muito bem feita, chamando atenção está o uso do famoso "orelhão" no lugar do hoje tão popular celular que não era de acesso comum na época. A trilha sonora também segue o mesmo rumo, apesar de pra mim, as escolhas serem esquecíveis e não tão representativas. E não é o fato de não ser 100% nacional, afinal ninguém ouve só músicas nacionais por morar no Brasil. Só achei que deveriam ser músicas mais significativas da época. Além de deixar nas entrelinhas e em detalhes sutis, o sexismo existente nos ambientes de trabalho, fazendo correlação com o tipo de imagem que se fazia (e ainda se faz, em alguns casos) da mulher.

"Maníaco do Parque" é um suspense investigativo em que o desfecho já é conhecido pelo público, mas o filme vai além de simplesmente destacar os assassinatos. A produção busca aprofundar a complexidade da investigação, o impacto emocional nas vítimas e suas famílias.

O roteiro faz um trabalho de recriar os detalhes macabros dos crimes e a personalidade perturbada de Francisco, trazendo uma narrativa psicológica que tenta entender o que levou esse homem a se tornar um serial killer.

Para quem conhece o caso, pode não acrescentar nada de novo nos detalhes do que já havia sido divulgado na época, e pra quem não conhece, pode parecer um pouco superficial a abordagem dos crimes em si.

Embora o título faça referência ao criminoso, o foco da narrativa é surpreendentemente conduzido pela força feminina de Helena, interpretada por Grigio. Ela é uma jornalista determinada, inspirada em profissionais da imprensa que cobriram o caso na época.

Essa escolha criativa foi intencional, explicou o diretor, ele destaca também a preocupação do filme em evitar a culpabilização das vítimas, algo que foi amplamente visto durante a cobertura midiática dos crimes reais. O longa traz Helena como a figura central que dita o ritmo da trama, invertendo a narrativa tradicional e colocando o foco na busca por justiça e na voz das mulheres silenciadas.

Mas foi uma escolha interessante, o filme caminhar em duas linhas paralelas, mantendo a narrativa atrativa com desenvolvimento rápido e culminando num ponto comum, ao contrário do que disseram alguns críticos, sim, a as duas linhas chegam juntas num ato final.

É um filme imperdível, não, mas está longe de ser um filme ruim, ele cumpre seu propósito. Trazer à luz questões sobre sexismo e psicopatia, e que as vítimas e seus familiares sofrem, e sempre serão vítimas, independente do que se justifique.

Maníaco do Parque, serve como um lembrete de que Francisco será elegível para fiança em 2028 - esteja preparado.

Curiosidades

Os Crimes
Francisco de Assis Pereira, conhecido como o Maníaco do Parque, aterrorizou a cidade de São Paulo entre 1997 e 1998, sendo responsável por uma série de crimes brutais. Ele atraía mulheres, geralmente jovens e vulneráveis, sob o pretexto de oferecer um passeio ou oportunidade de trabalho como modelo, levando-as para áreas isoladas próximas ao Parque do Estado, uma das principais áreas verdes da cidade. Lá, ele cometia abusos e assassinatos, deixando os corpos nas proximidades do parque, causando pânico generalizado na população.

A Prisão
A investigação enfrentou inúmeros desafios, com a falta de pistas concretas e dificuldade em traçar um perfil claro do criminoso, o que inicialmente atrasou o progresso do caso. No entanto, em 1998, a polícia conseguiu localizar e prender Francisco de Assis Pereira na cidade de Itaqui, no Rio Grande do Sul, perto da fronteira com a Argentina, encerrando um dos maiores casos criminais do país.

O Julgamento
O julgamento de Francisco atraiu intensa cobertura midiática e chocou a sociedade brasileira. Durante o processo, detalhes perturbadores sobre os crimes foram revelados, e a defesa alegou que ele sofria de problemas mentais, buscando atenuar sua culpa. Contudo, a acusação sustentou que Francisco era plenamente responsável por seus atos, resultando em uma condenação de 268 anos de prisão, trazendo um senso de justiça para as famílias das vítimas.