Plano em Família 2 (2025) - caos natalino, ação previsível e a química que salva a sequência

Personagens

Mark Wahlberg como Dan Morgan

Michelle Monaghan como Jessica Morgan

Zoe Colletti como Nina Morgan

Van Crosby como Kyle Morgan

Kit Harington como Finn Clarke

História

Em "Plano em Família 2", é época de festas e Dan (Mark Wahlberg) planejou as férias perfeitas para sua esposa Jessica (Michelle Monaghan) e seus filhos passarem no exterior — até que uma figura misteriosa do seu passado (Kit Harington) reaparece com assuntos inacabados. Um jogo internacional de gato e rato se inicia enquanto Dan e sua família lutam, discutem e se unem em meio a uma série de assaltos a bancos, confusões natalinas e perseguições de carro pelas belas paisagens europeias.

Pode Ver Sem Medo

Logo nos primeiros minutos de Plano em Família 2, a Apple TV+ deixa claro o nível de caos doméstico que vamos enfrentar: uma poça generosa, espessa e memorável de vômito infantil. Seria injusto comparar todo o filme a essa cena? Seria. Mas justiça nunca foi o forte desta sequência — nem das minhas impressões sobre ela. A verdade é que a imagem do pequeno Max (Theodore Lindsey) despejando café da manhã, almoço e jantar no sofá banco funciona quase como uma metáfora involuntária da experiência: bagunçada, imprevisível e por vezes difícil de limpar da mente… mas, de algum jeito, ainda divertida.

A paternidade é assim: não dá descanso para ninguém. E é justamente porque Dan Morgan (Mark Wahlberg) nunca tem um minuto de paz que ele resolve, de novo, colocar toda a família em risco em nome de um “trabalho” que nunca é realmente só trabalho. Mas antes de desembarcar nas perseguições e nas lutas que tentam ser épicas — e raramente são —, o roteiro nos atualiza sobre a rotina dos Morgans.

Nina (Zoe Colletti), agora estudante de jornalismo, está em Londres tentando viver sua vida longe da família. Kyle (Van Crosby) continua sendo… Kyle, aquele adolescente meio deslocado, meio engraçado, meio ali. E Dan deixou de vender carros seminovos para abrir sua própria empresa de segurança privada. O casamento também passa por novidades: Jessica (Michelle Monaghan) esconde um segredo importante — uma proposta tentadora para se tornar a nova treinadora de atletismo da Universidade Estadual de Ohio, o que significaria abandonar Buffalo e mudar a vida de todos.

É aí que Dan, no melhor estilo “marido que não sabe mentir”, inventa uma desculpa de trabalho para levar todo mundo para Londres e fazer uma surpresa de Natal para Nina. A viagem dá errado logo no primeiro minuto — como sempre — quando os Morgans encontram Omar (Reda Elazouar), o namorado de Nina, saindo do chuveiro com o abdômen brilhante e digno de uma propaganda de perfume francês. Ele pratica parkour, claro. Porque nada diz “genro potencialmente perigoso” como alguém capaz de pular prédios — uma habilidade útil, caso Dan precise testá-lo fisicamente a cada 10 minutos. E ele testa. Sem parar. A ponto de cansar o público antes mesmo de cansar o Omar.

A história realmente engrena quando Dan visita um banco supostamente para consultoria de segurança. Lá ele conhece Aidan (Kit Harington), que parece um funcionário impecável… até revelar, com a serenidade de quem pergunta as horas, que é na verdade um ladrão de bancos e que Dan caiu numa armadilha. É a partir daí que Londres, Paris e o espírito natalino se transformam no palco perfeito para tiroteios, perseguições e acidentes coreografados que vão do “ok” ao “podia ter ficado melhor”.

Se você está triste por não viajar no fim do ano, Plano em Família 2 tenta compensar oferecendo uma espécie de “turismo cinematográfico”: ruas iluminadas, cafés charmosos, cartões-postais de Londres e Paris e muita correria. É o tipo de sequência que não tenta reinventar nada — e sabe disso. Mark Wahlberg faz exatamente o que Mark Wahlberg sempre faz, e isso não é ruim; apenas previsível. Michelle Monaghan mantém a graça e a química com ele. E Kit Harington, embora carismático, claramente está ali apenas para cumprir contrato como um meio irmão invejoso de Dan.

Do ponto de vista narrativo, tudo é extremamente algorítmico, no estilo “filme de ação para ver em dezembro”. E sabe de uma coisa? Funciona, mesmo tropeçando em clichês, diálogos bobos e repetições. O charme está menos na ação e mais na dinâmica familiar maluca, disfuncional, mas cheia de afeto. A sequência sabe entregar o básico: risadas, um pouco de adrenalina e aquela sensação quentinha de “filme de Natal com caos controlado”.

No fim, Plano em Família 2 é exatamente isso: um passatempo agradável que não promete muito — e entrega pouco mais do que o suficiente. Se você viu o primeiro, como eu, voltar para essa família é quase obrigatório. Eles são bagunçados, exagerados, às vezes irritantes… mas de um jeito que funciona. E sinceramente? Às vezes é tudo que a gente precisa.

Onde assistir?

O filme está na Apple TV.

Avaliações

• 5,6
  29%
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