O Plano de Ressurreição (2025) - A vingança nunca morre

Para vingar as filhas que foram vítimas de fraude, duas mães tomam uma atitude desesperada: ressuscitar o falecido líder de um esquema.

Personagens

Shu Qi- Wang Hui-chun: Uma mãe cuja filha foi sequestrada / caiu em golpe; ela lidera parte do plano de ressurreição.

Lee Sinje (Angelica Lee / Sinje Lee)- Chao Ching: A outra mãe envolvida na trama, co-protagonista.

Fu Meng-po- Zhang Shih-kai: Antagonista central — mastermind do esquema de golpes / fraudes, alvo do ritual de ressurreição.

Alyssa Chia- Huang Yizhen / Huang I-chen: Personagem de apoio com papel ambíguo: advogada, mãe de uma das garotas envolvidas no caso.

Caitlin Fang- Hsu Xin-Yi: Filha de Chao Ching.

Sukollawat Kanaros- Personagem misterioso, com envolvimento no enredo; reforça o aspecto internacional da produção.

Outros do elenco de apoio- Chung Hsin-ling, Lin Ting-yi, Liu Chu-ping, Vivi Chen, Rexen Cheng, Patrick Nattawat Finkler: Papéis secundários que ajudam a compor a trama (investigações, ligações familiares, segredos ocultos)

História

Duas mães unidas pelo ódio, em busca de vingança por suas filhas, envolvidas em um caso de fraude e sequestro. Com a ajuda de uma deusa misteriosa, elas revivem o falecido líder do esquema para puni-lo. No entanto, apesar da dor implacável, sua fúria permanece insaciável. À medida que segredos obscuros são revelados, sua aliança é testada, forçando-as a confrontar os limites da justiça e de sua própria moralidade.

Pode Ver Sem Medo

A série taiwanesa da Netflix que mistura luto, fé e loucura em doses iguais

Você já quis ressuscitar alguém — não por saudade, mas para acertar as contas?

Essa é a pergunta perturbadora que O Plano de Ressurreição (The Resurrected) faz logo de início. A nova série taiwanesa da Netflix de 2025 parte de uma ideia sombria: duas mães, unidas pela dor, decidem trazer de volta à vida o homem que destruiu suas famílias.

E o que começa como um drama de luto logo se transforma em um thriller psicológico cheio de moralidade distorcida, segredos e uma sensação constante de que algo está prestes a dar muito errado.

Duas mulheres — Wang Hui-chun (Shu Qi) e Chao Ching (Sinje Lee) — testemunham uma cerimônia bizarra conduzida por uma jovem xamã. Ela mata um macaco diante de todos… e o ressuscita.

Chocadas, elas perguntam se o mesmo seria possível com suas filhas. Mas o xamã explica: a filha de Chao Ching, Hsin-yi (Caitlin Fang), foi cremada; e a filha de Hui-chun, Jin Jin (Vivi Chen), ainda está viva, em coma há cinco anos — o que torna o ritual impossível.

Mesmo assim, as duas não conseguem esquecer o que viram: pais que trouxeram o filho morto de volta… por sete dias.

Cinco anos depois, ambas aguardam a execução de Chang Shih-kai (Fu Meng-po) — um golpista e assassino que torturou adolescentes, incluindo suas filhas. A advogada Huang I-chen (Alyssa Chia), também mãe de uma das vítimas, luta ao lado delas em processos judiciais, tentando arrancar justiça de um sistema que parece premiar monstros.

Chang é finalmente executado por injeção letal.

Mas a morte dele é rápida, limpa… e, para as mães, boa demais.

Foi então que elas lembram da cerimônia antiga — e decidem fazer o impensável: trazê-lo de volta apenas para que ele sinta o que elas sentiram.

Justiça, vingança e o preço de brincar de Deus

Confesso que hesitei antes de dar play. A sinopse parecia fantasiosa demais: ritual, ressurreição, nove episódios — parecia exagerado. Mas o que encontrei foi o oposto: um thriller denso, elegante, que usa o sobrenatural como metáfora do que o luto faz com a gente.

A série é montada em camadas — cenas que vão e voltam no tempo, revelando detalhes aos poucos, e um plano de vingança que vai ficando cada vez mais insano (e inteligente).

O que essas mulheres fazem ultrapassa o limite entre justiça e tortura. E ainda assim, em algum momento, a gente entende — ou pelo menos tenta entender — a dor que move cada uma delas.

E quando o plano finalmente começa, você se pega torcendo por algo que, no fundo, é imperdoável.

O que faz O Plano de Ressurreição diferente

Duas protagonistas femininas poderosas e imperfeitas — o foco aqui não é a maternidade idealizada, e sim o desespero cru de quem perdeu tudo. Shu Qi e Sinje Lee estão impecáveis, especialmente nas cenas em que a raiva e o arrependimento se misturam.

Atmosfera sufocante e elegante — o visual é sombrio, com rituais, sonhos e flashbacks que parecem saídos de um pesadelo, mas sem cair na fantasia gratuita.

Trama inteligente e emocional — a série não se contenta com vingança; ela questiona o que é “justiça” quando o sistema falha.

Minhas impressões

No fim das contas, O Plano de Ressurreição é sobre até onde uma pessoa pode ir para tentar sarar uma ferida que nunca fecha.

É sobre culpa, fé e o vazio que a perda deixa.

E também sobre o perigo de acreditar que podemos reverter o que o tempo levou.

A história é complexa, cheia de reviravoltas e simbolismos.

Tem episódios que terminam e você precisa respirar. Outros que te deixam com raiva, ou com pena, ou os dois ao mesmo tempo.

Só achei desnecessário o gancho final — a série teria sido perfeita se encerrasse ali, com aquele último olhar. Mas ainda assim, é uma das produções asiáticas mais fortes e corajosas da Netflix nos últimos anos.

Vale a pena ver?

Sim — especialmente se você gosta de thrillers que misturam misticismo e dilemas humanos reais.

Mas vá preparado: O Plano de Ressurreição não é sobre sustos, e sim sobre o medo de não conseguir perdoar.

E talvez, depois de assistir, você nunca mais veja o conceito de “descanso em paz” do mesmo jeito.

Curiosidades

Inspiração em lendas de necromancia / retorno dos mortos
A proposta central do enredo (ressurreição temporária de alguém falecido) é fortemente influenciada por tradições mitológicas e crenças orientais sobre espíritos que voltam temporariamente do mundo dos mortos.

Shu Qi aceitou um papel de série após recusar várias propostas de TV
A atriz, conhecida por seu trabalho no cinema, raramente se envolve em projetos televisivos. Ela se interessou pelo roteiro justamente pela dimensão psicológica e moral que ele propunha.

Lançamento global e destaque nos rankings da Netflix asiática
Após o lançamento, a série se tornou o programa mais assistido na Netflix Taiwan e entrou no Top 10 diário em países como Hong Kong, Tailândia, Malásia, Singapura e Vietnã.

Dupla abordagem de justiça (informal vs. formal)
Enquanto Hui-chun e Chao Ching abraçam métodos extralegais para vingar suas filhas, a personagem de Alyssa Chia representa o sistema formal — o embate entre vingança pessoal e justiça institucional é uma tensão constante.