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Gabrielle

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Limpa (Swim to Me) – Final Explicado: Julia morreu?

O novo drama chileno da Netflix, Limpa (Swim to Me), deixa o espectador em silêncio nos minutos finais. Depois de acompanhar a rotina exaustiva e emocionalmente sufocante de Estela, o longa termina com uma sequência ambígua, que não diz nada em palavras — mas diz tudo nas imagens.
 

E é aí que começa a pergunta que mais ecoa após os créditos:
Julia morreu?
 



 O que acontece no final
 

Após o acúmulo de tensão e ressentimentos, Estela decide ir embora, depois de ser demitida por Mara, por mentir sobre a mordida do cachorro.

A relação com a família já está desgastada, o sentimento de pertencimento se perdeu e ela carrega o peso de não ter conseguido se despedir da mãe — que faleceu enquanto ela ainda trabalhava para o casal Cristóbal e Mara.
 

Estela arruma suas coisas e embarca num ônibus para retornar à sua vila natal.

Enquanto o veículo avança pela estrada, vemos cenas intercaladas de Julia nadando, mergulhando cada vez mais fundo, como se o mundo ao redor desaparecesse.
 

Essas imagens vêm acompanhadas de um silêncio inquietante, até que o telefone de Estela toca.

Ela atende, e o olhar dela muda.

O filme corta — e acaba.
 



 As pistas visuais e o que elas sugerem
 

Apesar de o roteiro nunca mostrar diretamente o que aconteceu, as sugestões visuais são claras:
 

  • As cenas de Julia mergulhando são simbólicas e progressivas — ela vai descendo até sumir completamente na água, o que remete ao afogamento.
     
  • O telefonema recebido por Estela é o elemento de confirmação emocional: ele interrompe sua viagem, como se ela recebesse uma notícia devastadora.
     
  • O contraste entre a liberdade recém-conquistada por Estela e a perda de Julia reforça a ideia de que o fim de um ciclo emocional vem acompanhado de tragédia.
     

Sites como El Comercio e CosmoNerd confirmam essa leitura, afirmando que Julia se afoga após a partida de Estela, incapaz de lidar com a separação.

Outras análises (como as do DMTalkies e Cosmoup) vão além: interpretam o mergulho de Julia como um ato simbólico de abandono — ela tenta “alcançar” Estela, mas o afeto que antes a salvava agora a destrói.
 



Minha interpretação
 

Pra mim, Julia morre, sim — muito provavelmente afogada, sozinha, num momento de desespero silencioso.

Mas a força do final de Limpa não está em confirmar a morte, e sim em como ela simboliza tudo o que o filme constrói até ali.
 

Julia representa o reflexo emocional de Estela: ambas são dependentes de um vínculo de afeto desigual.

Quando Estela decide romper, Julia se perde — porque o afeto que as unia não era livre, era uma prisão compartilhada.
 

A diretora Dominga Sotomayor escolhe não mostrar a morte para preservar o tom introspectivo.

E isso faz sentido: o que morre ali não é apenas Julia, mas a ilusão de equilíbrio entre duas vidas separadas por classe, poder e solidão.
 



Um final triste, mas coerente
 

O desfecho é trágico, porém coerente com o que Limpa propõe desde o início:
um filme sobre o preço invisível do cuidado, e sobre como o amor, quando nasce em relações desiguais, pode se tornar um fardo mortal.
 

Julia pode até desaparecer sob a água — mas o que afunda com ela é algo muito maior: a esperança de que exista afeto verdadeiro entre mundos que não se encontram de forma justa.

Tags:

#drama #filmes #finalexplicado

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