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Gabrielle

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Apocalipse nos Trópicos (2025) - religião, poder e o Brasil em xeque

Quando uma democracia termina e uma teocracia começa? Petra Costa investiga o crescente controle exercido por lideranças evangélicas sobre a política brasileira.

História

O documentário Apocalipse nos Trópicos, lançado pela Netflix em 2025, não é sobre o fim do mundo — mas talvez sobre o fim de uma era. Com uma narrativa densa e provocadora, a produção mergulha nas entranhas da política brasileira para revelar como o avanço de movimentos evangélicos moldou (e distorceu) a democracia nos últimos anos.

História

Pode Ver Sem Medo

O foco do documentário
 

A produção é uma investigação aprofundada sobre o crescimento da influência das igrejas evangélicas — sobretudo neopentecostais — no cenário político nacional. Desde a ascensão de lideranças religiosas ao Congresso até a formação de bancadas ideológicas, o documentário revela como a fé deixou os templos e passou a ditar políticas públicas, moldar leis e interferir diretamente em decisões do Estado.
 

Mas Apocalipse nos Trópicos não se limita à superfície. O foco está na forma como essa aliança entre religião e poder tem transformado o imaginário coletivo, influenciado eleições, silenciado pautas sociais e ameaçado o caráter laico da República.
 



A abordagem: denúncia, contexto e personagens reais
 

Narrado com um tom investigativo, o documentário alterna entre imagens de bastidores do Congresso, cultos religiosos transmitidos em rede nacional, entrevistas com especialistas em política, líderes religiosos (inclusive arrependidos) e vozes da população diretamente afetada por esse avanço.
 

A direção aposta em uma estética quase distópica: prédios políticos cobertos por versículos bíblicos, discursos inflamados ecoando em templos megalomaníacos, e cenas que mostram o uso estratégico da fé para angariar votos, dominar territórios e controlar narrativas.
 



Análise crítica: o Brasil à beira de um Estado teocrático?
 

O que o documentário propõe, sem rodeios, é um alerta: o Brasil corre o risco de sacrificar sua democracia em nome de uma cruzada moral. A fé, que poderia ser instrumento de empatia e justiça social, está sendo instrumentalizada para censurar, excluir e governar com base em dogmas — não em direitos.
 

A crítica é contundente, mas equilibrada. Não se trata de um ataque à religião, mas de uma investigação sobre os limites entre crença e governabilidade. A grande provocação do documentário é: até que ponto um país plural pode tolerar que decisões políticas sejam guiadas por interpretações religiosas?
 



Reflexão final: precisamos mesmo temer o apocalipse?
 

Ao final dos mais de 90 minutos, Apocalipse nos Trópicos não oferece respostas fáceis. Mas deixa claro que o verdadeiro apocalipse pode não vir do céu — e sim das urnas, das alianças invisíveis e do silêncio cúmplice diante de um projeto de poder que se esconde atrás do altar.

Curiosidades

A diretora Petra Costa conheceu Brad Pitt no almoço dos indicados ao Oscar, que se tornaria produtor executivo deste filme. Ela afirmou que, graças ao reconhecimento de "Democracia em Vertigem", eles conseguiram financiar o filme de forma independente; caso contrário, não haveria filme, pois o então presidente Jair Bolsonaro havia chegado ao poder, encerrado a Agência Nacional do Cinema no Brasil e cortado todos os financiamentos para filmes.

Onde assistir?

O documentário está na Netflix com 1h50 de duração.

Avaliações

  • IMDB logo 7,6
    Rotten Tomatoes logo 91%
    PVSM logo 8,0

Tags:

#documentário #netflix #história #política

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