A franquia O Exorcista está prestes a ganhar um novo fôlego — e, desta vez, com um nome de peso na linha de frente: Scarlett Johansson. A atriz foi confirmada como protagonista do próximo projeto de Mike Flanagan, um dos diretores mais respeitados do terror contemporâneo. O filme será produzido pela Universal e pela Blumhouse, que buscam revitalizar a saga após o desempenho morno de O Exorcista: Believer em 2023. Um novo caminho para a franquia — sem remakes, sem continuações Diferente das tentativas anteriores, este novo longa não será um remake nem dará continuidade direta às sequências já existentes. A proposta é criar uma história totalmente independente, mas inserida no universo expandido de O Exorcista. Isso abre espaço para novas interpretações, personagens inéditos e uma abordagem que não fica presa às amarras do passado. E é aqui que a escolha de Mike Flanagan faz diferença. O cineasta, responsável por títulos como Doutor Sono, Jogo Perigoso, A Maldição da Residência Hill e Missa da Meia-Noite, também assina o roteiro, além de dirigir e produzir o projeto por meio de sua empresa, a Red Room Pictures. Flanagan e O Exorcista: uma relação pessoal Ao confirmar sua participação em 2024, Flanagan falou abertamente sobre sua admiração pela obra de William Friedkin. “O Exorcista é um dos motivos pelos quais me tornei cineasta”, afirmou.Ele descreveu a oportunidade como um sonho realizado e prometeu entregar algo “novo, ousado e aterrorizante”, honrando a mitologia sem repetir o que já foi feito. O entusiasmo do estúdio acompanha o tom. David Robinson, da Morgan Creek Entertainment — empresa que também participa da produção — disse acreditar que a visão do diretor irá “impressionar o público mundial”. Jason Blum e Ryan Turek completam o time como produtor e produtor executivo. Relembrando o clássico de 1973 O título original, lançado em 1973 e inspirado no romance de William Peter Blatty, se tornou um ícone cultural ao retratar a possessão demoníaca da jovem Regan e a batalha espiritual travada pelos padres Merrin e Karras. O impacto foi tão grande que o filme recebeu 10 indicações ao Oscar e moldou para sempre o gênero do terror sobrenatural. Desde então, a franquia ganhou sequências, prequelas e revisitações — algumas bem recebidas, outras nem tanto — mas nenhuma alcançou o mesmo impacto do original. Scarlett Johansson e o peso da bilheteria A escolha de Scarlett Johansson acrescenta uma camada extra de atenção ao projeto. A atriz brilhou recentemente em Jurassic World: Rebirth, que ultrapassou a marca dos US$ 868 milhões globalmente, reforçando seu apelo comercial e sua versatilidade em diferentes gêneros. Sua entrada em um filme do universo de O Exorcista coloca o projeto em um patamar ainda mais alto de expectativa. E a trama? Por enquanto, tudo permanece sob sigilo absoluto. Nenhum detalhe sobre a história, personagens ou abordagem foi revelado. O que se sabe é que o filme pretende equilibrar respeitosa reverência ao legado com a assinatura inconfundível de Flanagan — uma mistura que, se funcionar, pode finalmente entregar a revitalização que a franquia busca há anos. O que vem pela frente Com Johansson estrelando e Flanagan no comando, esse novo capítulo de O Exorcista já desponta como um dos projetos mais aguardados do gênero. Mais informações devem surgir nos próximos meses, conforme a produção avança — e, claro, estaremos acompanhando tudo de perto.
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O final de A Mulher no Jardim é exatamente aquilo que o filme constrói desde os primeiros minutos: ambíguo, desconfortável e emocionalmente desestabilizador. Depois de acompanhar Ramona sendo consumida pela depressão materializada na figura da mulher de véu preto, o desfecho abandona explicações fáceis e mergulha em interpretações possíveis — algumas esperançosas, outras profundamente sombrias. Aqui está o que realmente acontece, o que pode ter acontecido e o que o filme quer que o espectador carregue quando os créditos sobem. O que acontece na superfície: Ramona sai viva do celeiro O filme cria uma tensão enorme quando Ramona manda os filhos embora, entra no celeiro com o rifle e se senta ali, sozinha, nos segundos mais pesados do longa. A câmera corta para o exterior, preparando-nos para um possível tiro…Mas nada acontece. Em vez disso, Taylor e Annie voltam, e Ramona emerge do celeiro:calma,centrada,e aparentemente decidida a viver. A mulher misteriosa desapareceu.As crianças perguntam se ela voltará.Ramona responde que, se isso acontecer, ela estará pronta. À primeira vista, parece um final de superação: Ramona encarou a personificação de sua depressão e escolheu viver — ou, pelo menos, lutar. Mas o cenário muda. E é aqui que o filme começa a provocar dúvidas. Ao voltar para casa, algumas coisas estão… diferentes demais: 1. A propriedade agora tem uma placa com o nome da família.Isso havia sido discutido entre ela e David antes da morte dele — um sonho interrompido que agora parece, de repente, realizado. 2. A casa está completamente reformada.No início do filme, isso era motivo de briga e frustração.A reforma parecia impossível para Ramona em meio ao luto… mas agora tudo está perfeito, impecável, como se o tempo tivesse passado — ou como se ela estivesse em outro lugar. 3. A pintura final contém a mulher e um “R” invertido.Essa assinatura não é casual.É o mesmo “R” que Annie, a filha, escrevia ao contrário — e que Ramona reprimia emocionalmente. A imagem da pintura também sugere algo novo: não é mais uma figura ameaçadora dominando o quadro, como no início do filme.Agora, Ramona aparece ao lado da mulher, como se tivesse alcançado algum tipo de reconciliação com sua dor. Interpretando o final: Ramona morreu ou sobreviveu? O filme entrega dois caminhos — e nenhum deles é confirmado.Vamos aos cenários possíveis: Teoria 1 – Ramona se matou e entrou no “mundo espelhado” Essa teoria faz MUITO sentido quando juntamos os sinais:A casa perfeita → seria uma versão “ideal” da vida após a morte.A placa com o nome → um desejo realizado tarde demais.A assinatura invertida → algo fora da realidade.A atmosfera calma demais → quase um purgatório.A presença da mulher cessou → porque sua “função” terminou. O filme já havia mostrado esse “mundo espelhado” antes, onde Ramona revive memórias distorcidas com David.Se ela realmente consumou o suicídio, essa última sequência seria sua transição — uma despedida suave antes de abandonar a vida. Mas… tem um problema.No mundo espelhado anterior, David estava vivo.Se essa nova realidade é um pós-vida idealizado… por que ele continua morto? A ausência dele abre uma brecha nessa interpretação. Teoria 2 – Ramona viveu, melhorou e avançou no tempo (Eu fico com essa teoria) A segunda leitura é mais otimista, mas também coerente:A casa reformada seria resultado de um salto temporal real.A placa instalada marca um novo começo da família.A pintura mostra Ramona “convivendo” com sua depressão, não negando — um gesto de cura.O “R” invertido pode ser uma homenagem à filha, não um sinal de irrealidade. O filme usa truques visuais para embaralhar passado e presente o tempo inteiro.Saltar meses ou anos sem avisar ao espectador não seria estranho — apenas parte da linguagem. Essa leitura mostra Ramona determinada a tratar sua doença e seguir vivendo ao lado dos filhos. Mas então… qual é o final “verdadeiro”? A resposta do filme é simples: não existe um final confirmado. A ambiguidade é proposital — e importante. Encerrar a história com:Ramona morrendo → seria cruel e desnecessário.Ramona curada e feliz → seria irrealista e superficial. O diretor Jaume Collet-Serra evita os dois extremos.Ele quer que o espectador viva a mesma dúvida que Ramona vive todos os dias:Será que amanhã será um dia bom… ou será “o dia”? A incerteza é parte do terror.E é parte da doença. O que o filme realmente quer dizer com esse final? A Mulher no Jardim recusa o clichê de “o monstro é o luto” e entrega algo muito mais complexo:A mulher no quintal não era um demônio.Era a depressão, nua, crua, sem metáforas simplistas.Era a parte de Ramona que queria desistir.E a parte que precisava ser encarada cara a cara. O final mostra que não existe cura instantânea.Existe enfrentamento.Existe recaída.Existe dúvida. E, principalmente, existe escolha. Mesmo que por um fio. Conclusão O final de A Mulher no Jardim é propositalmente ambíguo porque:a mente de Ramona era ambígua,sua realidade era fragmentada,e sua relação com a vida estava no limite. O filme prefere deixar o público convivendo com a tensão entre alívio e tristeza — exatamente como Ramona convive todos os dias. Não há monstro.Não há revelação bombástica.Há apenas a luta silenciosa de uma mulher tentando, com todas as forças, não se perder de si mesma. E isso, no fim das contas, é muito mais assustador do que qualquer entidade sobrenatural.
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