O Psicopata que Manipulou Todos Até o Último Minuto Stephen se apresenta, desde o início, como um caso aparentemente simples: um homem que entra numa delegacia, confessa ter matado nove mulheres e descreve tudo com assustadora naturalidade. Mas a simplicidade é apenas o verniz. O filme logo revela sua verdadeira intenção: desmontar nossas expectativas e questionar tudo o que acreditamos sobre assassinos, traumas e vilões. Ao ser encaminhado para uma avaliação psiquiátrica, Stephen passa a ser analisado pela dra. Seema (Smruthi Venkat), e o que deveria ser uma rotina judicial se transforma numa batalha psicológica de inteligência — e manipulação. O Passado que Desperta Empatia… e Suspeita Durante os interrogatórios, Stephen narra uma infância marcada por abusos, violência doméstica e anos de terror silencioso. Ele conta sobre o pai agressivo, a mãe instável e episódios traumáticos que moldaram sua visão sombria de mundo. Essas revelações despertam, naturalmente, a dúvida:Será Stephen uma vítima das circunstâncias?Ou um predador usando sua história para escapar da responsabilidade? O filme brinca com essa ambiguidade por boa parte da narrativa. Enquanto a psiquiatra tenta entender sua mente fragmentada, o público oscila entre compaixão e repulsa. Mas essa construção emocional tem um custo: o ritmo se alonga. Muitos críticos apontaram que o meio do filme se arrasta, tornando a experiência mais lenta do que precisava ser. Contudo, no final, essa paciência é recompensada de maneira brutal. A Reviravolta: Quem Stephen Realmente é Quando Stephen é finalmente condenado e colocado numa viatura policial, o filme abandona todas as máscaras.E aqui vem a revelação:Stephen nunca foi vítima. Ele sempre foi o monstro. Durante a viagem até a prisão, ele passa a conversar com figuras imaginárias — seus pais, Krithika e as nove vítimas. E, entre essas alucinações, a verdade emerge:✔️ Ele matou seu cachorro quando era criança, mostrando sinais iniciais de psicopatia.✔️ Assassinou sua mãe, após ela rasgar sua carta de emprego.✔️ Matou seu pai, que aceitou assumir a culpa pela morte da mãe.✔️ Confessou esses assassinatos a Krithika, que ficou horrorizada.✔️ E então matou Krithika também. As outras nove mulheres?Ele as escolheu porque o lembravam de Krithika — e sentia prazer em forçar cada uma a “falar como ela”, antes de matá-las. Nada disso tinha a ver com traumas. Era desejo. Era controle. Era prazer. A metáfora da roda-gigante — e a reviravolta que vira tudo de cabeça para baixo Ao longo do filme, a narrativa retorna várias vezes ao símbolo da roda-gigante.À primeira vista, parece simples: ninguém fica sempre em cima ou sempre embaixo. A vida gira. Mas no terceiro ato, essa metáfora é desmontada com precisão cirúrgica.O filme gira 360 graus — literalmente — e o que achávamos que compreendíamos se revela uma ilusão. Assim como Stephen manipula seus investigadores, o filme nos manipula.Ele usa nossos próprios preconceitos narrativos contra nós.E quando a verdade aparece, já estamos presos demais para voltar atrás. É uma virada sutil, elegante e mortal. O Mestre da Manipulação Toda a confissão de Stephen, seus relatos traumáticos, sua rendição e até mesmo sua suposta cooperação com a polícia…foram encenações cuidadosamente calculadas. Ele sabia que:quem se entrega parece menos perigoso,quem fala abertamente parece arrependido,quem exibe traumas angaria empatia,e quem coopera costuma receber atenuantes judiciais. Stephen interpretou seu papel com precisão cirúrgica — e quase conseguiu enganar todos. É por isso que o filme funciona tão bem: ele desconstrói o mito do “monstro criado pela dor” e mostra um homem que constrói um monstro imaginário para justificar o que ele sempre foi. O Desfecho: Justiça ou Ilusão? No tribunal, Stephen é considerado culpado e condenado a 10 anos de prisão — uma pena surpreendentemente branda para um serial killer, reforçando o quanto ele dominou sua narrativa. No trajeto, ele repassa mentalmente seus crimes, rindo.Ele acredita que sairá cedo da prisão por “bom comportamento”. A cena final, pós crédito, mostra um homem assistindo ao noticiário sobre o caso, enquanto repórteres mencionam que os corpos das vítimas ainda não foram encontrados. Ele então caminha para dentro de uma floresta, e na tela surge: “Luna – O Despertar da Noite” Uma provocação?Uma deixa para continuação?Ou a revelação de que Stephen pode ter tido um cúmplice silencioso? O filme deixa essa porta aberta. Veredicto Final Stephen é um thriller que funciona melhor no impacto psicológico do que na velocidade narrativa. A virada final redefine tudo o que acreditávamos sobre o protagonista e nos força a encarar uma verdade incômoda:O mal, às vezes, não nasce — ele simplesmente existe.E sabe muito bem como usar nossas expectativas contra nós. A performance de Gomathi Shankar carrega a história, entregando um personagem tão assustador quanto fascinante. Para quem gosta de thrillers psicológicos inteligentes e subversivos, este é um prato cheio.
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Uma psiquiatra avalia um assassino confesso, mas o que começa como uma simples análise se transforma em um enigma perturbador que a arrasta para um abismo sem volta.
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A verdade por trás da morte de Gracie, os segredos dos Darling e o que é ou não sobrenatural A série Quer Brincar de Gracie Darling? constrói seu mistério a partir de uma pergunta que ecoa desde 1997: o que realmente aconteceu com Gracie Darling?Mesmo quando novos desaparecimentos surgem e novos segredos são revelados, tudo gira em torno dela. E o final entrega exatamente isso: a verdade — cruel, íntima e muito mais humana do que qualquer fantasma. Como Gracie realmente morreu? Em 1997, após uma sessão espírita descontrolada na cabana, Joni, Jay e Anita testemunham Gracie entrar em convulsões enquanto o suposto espírito “Levi” parecia possuí-la. O pânico toma conta, todos fogem… e Gracie desaparece. Durante meses, a cidade acreditou que um assassino aleatório da floresta era o culpado.Os adolescentes, por sua vez, passaram a se convencer de que tudo aquilo — a possessão, Levi, a resposta do Ouija — era delírio coletivo. Mas nada disso era verdade. A descoberta do corpo de Gracie e o desaparecimento de Frankie, anos depois, fazem Joni revisitar memórias reprimidas — inclusive sua briga com Gracie na noite da sessão, motivada por ciúmes envolvendo Jay. Por um momento, Joni teme ter desejado mal à amiga e, de alguma forma, contribuído para sua morte. E aí surge a teoria mais forte:Jay voltou para a cabana sujo de sangue.Anita confirma isso.As suspeitas sobre ele crescem. Só que o que realmente aconteceu é ainda pior. A cena real da cabana — e o erro fatal Quando todos correm da floresta, Jay eventualmente retorna para procurar os amigos. Gracie, ainda em estado delirante, o ataca. Jay tenta se defender, empurra Gracie e acidentalmente bate a base do crânio dela contra um objeto pesado. Ele entra em pânico e foge.Mas Gracie não morreu ali. Ferida, desorientada e emocionalmente destruída, ela caminha sozinha até sua casa — e encontra seu avô, James Darling. E é aqui que o verdadeiro horror da série começa. O verdadeiro monstro da história: James Darling Gracie confronta James sobre Levi — seu tio, morto em circunstâncias misteriosas e apagado propositalmente da memória da cidade. James sempre foi um patriarca controlador, abusivo e violento. Ele odiava a rebeldia da neta e seu hábito de mexer em segredos familiares. Ao vê-la ferida e delirante, James decide “puni-la”. Uma punição tão brutal — tortura e afogamento — que a mata. Quando Ruth e Peter finalmente conseguem tirá-la de suas mãos, Gracie já não respira mais. Sem remorso algum, James imediatamente ordena que Peter o ajude a arrastar o corpo até a floresta e queimá-lo, usando a confusão da sessão espírita como cortina de fumaça. Ruth e Peter guardam o segredo por medo… e por terem seus próprios pecados enterrados. O que aconteceu com Frankie? Ela está morta? Não. Frankie nunca desapareceu — ela fugiu. Mina, filha de Joni, descobre toda a verdade ao ir à casa dos Darling. James, já idoso e delirante, confunde Mina com Gracie e tenta repetir o mesmo ritual de punição. Joni salva a filha por segundos.Isso expõe que Frankie, assim como Gracie, também estava sufocada pela família. Billy — o recluso da cidade — confessa que jogou sua mochila fora, mas apenas para despistar. Frankie estava escondida com ele. O motivo?Ela descobriu dois segredos devastadores:James matou Gracie.Peter, seu tio, é também seu pai — fruto de um relacionamento incestuoso com Ruth. Com medo, nojo e revolta, Frankie foge usando a sessão espírita como cortina de fumaça para a cidade acreditar que o “padrão sobrenatural” estava acontecendo de novo. O destino de James — e a decisão final de Moira Mesmo após o corpo de Gracie ser encontrado e os segredos expostos, James continua protegido pela idade avançada e pela deterioração mental, o que provavelmente o impediria de enfrentar um julgamento. Moira — mãe de Gracie — sabe disso.E decide que não permitirá que o assassino da filha morra em paz, mesmo sendo seu pai. À noite, enquanto James dorme, ela o sufoca com um travesseiro silenciosamente. É a única morte que a série apresenta como realmente definitiva — uma justiça amarga, mas compreensível dentro do universo da trama. Quem é Ivy? Joni realmente vê espíritos? Após tudo resolvido, Joni volta para casa e vê Ivy — uma de suas pacientes suicidas — parada em seu quintal. Quando tenta alcançá-la, Ivy desaparece. E então o hospital liga:Ivy havia morrido naquela mesma manhã. É aqui que a série muda o jogo. Se as visões anteriores de Gracie podiam ser explicadas como trauma, culpa ou flashbacks… Ivy não pode. Joni não sabia da morte.Não tinha motivo para “projetá-la”.E ainda assim a viu. A implicação é clara:- Joni é médium.- Ela realmente vê espíritos — os que foram e os que ainda estão presos. E isso reabre completamente a leitura da série. A cabana é assombrada? Quem é Levi? No fim, a série adota uma solução híbrida:Sim, existe explicação lógica para a morte de Gracie.Mas também existe algo sobrenatural na história. Levi era uma pessoa real — o irmão de James, morto em um incêndio dentro da cabana décadas antes. A família apagou sua existência para preservar a reputação. A sugestão é que Levi permaneceu preso ao local da morte — a cabana que se torna o epicentro de todas as manifestações. Não há confirmação explícita, mas há indícios de que:Levi tenta se comunicar,Gracie percebeu isso em vida,e o espírito está conectado à cabana, mas não às mortes recentes. Ele não matou Gracie.Ele não matou Frankie.Mas sua presença existe, e a série deixa isso em aberto. CONCLUSÃO — o real e o sobrenatural caminham juntos Quer Brincar de Grace Darling? entrega um final onde:o crime é humano, brutal e íntimo;a culpa é coletiva;o trauma é hereditário;e o sobrenatural existe como camada paralela, não como solução. Gracie morreu pelas mãos do avô.Frankie fugiu para sobreviver ao mesmo destino.E Joni, sem querer, sempre esteve conectada ao lado espiritual da história. A série fecha o ciclo dos Darling, mas abre o de Joni — a nova médium que ainda vai ver muito mais do que gostaria.
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A ascensão de O Agente Secreto na temporada de premiações parece não ter freio — e as expectativas só aumentam após o filme garantir três indicações ao Globo de Ouro 2026. O longa brasileiro disputa Melhor Filme de Drama, Melhor Ator em Drama, com Wagner Moura, e Melhor Filme em Língua Não Inglesa. Entre as nomeações, especialistas apontam que a chance mais concreta de vitória está justamente na atuação de Moura, considerado o favorito da categoria e concorrendo diretamente com Michael B. Jordan, de Pecadores. Caso vença, Wagner pode repetir o feito de Fernanda Torres, vencedora de Melhor Atriz em Drama no Globo de Ouro 2025. Concorrência acirrada nas categorias principais Na categoria de Melhor Filme de Drama, O Agente Secreto enfrenta fortes competidores: Pecadores, Hamnet, Valor Sentimental e Foi Apenas um Acidente. Já na disputa por Melhor Filme em Língua Não Inglesa, o cenário permanece igualmente disputado, com Valor Sentimental e Foi Apenas um Acidente surgindo como favoritos da crítica internacional. O Globo de Ouro 2026 acontece no dia 11 de janeiro, no tradicional The Beverly Hilton, em Beverly Hills. Uma temporada de vitórias e elogios A excelente fase do longa dirigido por Kleber Mendonça Filho não para por aí. No último fim de semana, O Agente Secreto foi eleito segundo melhor filme do ano e melhor internacional pela Associação de Críticos de Los Angeles (LAFCA). Wagner Moura também ficou em segundo lugar como Melhor Ator, ao lado de Timothée Chalamet (Marty Supreme). A vitória ficou com Rose Byrne (Se Eu Tivesse Pernas Eu Te Chutaria) e Ethan Hawke (Blue Moon), que empataram em primeiro lugar. O filme também integra a lista de indicados ao Critics Choice Awards 2026, disputando Melhor Filme Internacional e Melhor Ator. Moura concorre com nomes como Leonardo DiCaprio (Uma Batalha Após a Outra), Michael B. Jordan (Pecadores) e Ethan Hawke (Blue Moon). Além disso, o longa foi nomeado no Independent Spirit Awards na categoria de Melhor Filme Internacional, competição que inclui títulos como Sirat, A Poet e On Becoming a Guinea Fowl. A cerimônia acontece em 15 de fevereiro de 2026. Reconhecimento da crítica americana A recepção nos EUA tem sido especialmente calorosa. O filme entrou no Top 10 da Associação de Críticos de Atlanta, ficando em 10º lugar. A AFCC elegeu Uma Batalha Após a Outra como o grande destaque do ano. E em Nova York, O Agente Secreto atingiu um marco histórico: foi eleito Melhor Filme Internacional e Wagner Moura venceu Melhor Ator no prestigiado New York Film Critics Circle. Essa é a primeira vez que um ator latino recebe o prêmio — um feito que amplifica ainda mais o impacto do longa nesta temporada. Sinopse: tecnologia, paranoia e identidade Ambientado em 1977, o filme acompanha um especialista em tecnologia que retorna a Recife após anos fugindo de um passado nebuloso. Em busca de paz, ele descobre que a cidade esconde segredos capazes de reacender tudo aquilo que tentou deixar para trás. A obra mistura espionagem, política e paranoia em um retrato pulsante do Brasil da época — um dos trabalhos mais elogiados de Kleber Mendonça Filho. No elenco, além de Wagner Moura, estão Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Alice Carvalho, entre outros grandes nomes do cinema nacional. De Cannes ao Oscar: a jornada de ‘O Agente Secreto’ Antes mesmo da estreia, o filme já acumulava credenciais de peso. Em maio, estreou no Festival de Cannes com duas vitórias importantes: Melhor Direção e Melhor Ator. Depois disso, percorreu festivais internacionais como Toronto, e fez uma turnê pelo Brasil em eventos como Brasília, CineBH, Festival do Rio e Mostra de São Paulo. Com tamanha repercussão, O Agente Secreto se consolida como um dos títulos mais fortes da corrida ao Oscar, especialmente nas categorias internacionais.
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