Confinado (2025) - esse filme testa seu senso de justiça

Personagens

Bill Skarsgård- Eddie Barrish,
Ashley Cartwright- Sarah,
Anthony Hopkins- William

História

Em CONFINADO, quando Eddie arromba um carro de luxo, ele cai em uma armadilha mortal preparada por William, um autoproclamado justiceiro que entrega sua própria marca distorcida de justiça. Sem meios de escapar, Eddie deve lutar para sobreviver em uma viagem onde a fuga é uma ilusão, a sobrevivência é um pesadelo e a justiça se encontra em alta velocidade.

Resenha em Vídeo

Pode Ver Sem Medo

Um carro, um ladrão e a voz de Anthony Hopkins: o que parece simples se transforma em um thriller psicológico com dilemas morais e uma crítica social afiada.


Um roubo, uma armadilha e um sistema em colapso
 

O SUV Dolus — uma versão remodelada de um Land Rover — é a verdadeira estrela de Locked (Confinado). Vidros escurecidos, couro bege e um brasão com a figura da Senhora Justiça cravado na lataria. É mais que um carro: é uma armadilha disfarçada de luxo, um símbolo de poder e controle.
 

A trama gira em torno de Eddie Barrish (Skarsgård), um entregador em dificuldades que precisa de apenas 500 dólares para consertar sua van e tentar recuperar sua filha e talvez até seu casamento. Em um momento de desespero, ele tenta roubar um SUV aparentemente destrancado — e acaba ficando preso dentro dele. Literalmente.


A voz que vigia
 

O carro pertence a William (Anthony Hopkins), um milionário com sede de justiça — ou melhor, de vingança. Ao notar que este é o sétimo arrombamento em seu veículo, William decide fazer justiça com as próprias mãos. Usando tecnologia embarcada, trava o carro e se comunica com Eddie como um deus onipresente, impondo sua própria sentença.
 

A partir daí, o que parecia um assalto mal executado vira uma luta pela sobrevivência. Ferido e preso, Eddie precisa encontrar uma saída, mas descobre que o castigo planejado por William é mais psicológico do que físico — e muito mais perigoso.


Crítica social em alta velocidade
 

Diferente das críticas que abordam Locked (Confinado) apenas como um thriller de sobrevivência, minha leitura vai além. Vejo o filme como um espelho do caos social atual — em que ricos constroem fortalezas tecnológicas contra um mundo cada vez mais instável, e trabalhadores lutam para manter o básico. A ambientação urbana (que remete a Los Angeles, mas poderia ser São Paulo ou Filadélfia) reforça esse contraste: desigualdade, insegurança, abandono do Estado.
 

O roteiro de Michael Arlen Ross tenta humanizar Eddie, nos mostrando que ele não é um vilão puro. Mesmo tentando roubar, ele oferece água a um cachorro preso num carro. É o arquétipo do “bom sujeito que fez escolhas erradas”, o homem comum afundado num sistema que não perdoa vacilos.


Justiça ou vingança?
 

William, por outro lado, representa o lado obscuro da elite: racionaliza sua sede de punição com base em uma tragédia pessoal, mas se coloca como juiz, júri e carrasco. Seu discurso é reconhecível e desconfortável, porque ecoa argumentos reais de quem defende "limpeza social", "direitos de merecimento" e outras ideias que, na prática, mascaram crueldade com moralidade.
 

Essa tensão entre dois extremos — o sobrevivente e o justiceiro — é o coração de Confinado. E o desconforto do espectador é a principal vitória do filme.


Conclusão: um thriller que cutuca feridas reais

Confinado (Locked ) é um filme simples em estrutura, mas potente em mensagem. Um carro, um ladrão e a voz inconfundível de Hopkins bastam para provocar uma reflexão profunda sobre justiça, desigualdade e os limites do desespero.

É impossível assistir e não se perguntar: quem está certo? E mais ainda — e se fosse comigo?

Curiosidades

O veículo principal de "Locked" é um "Dolus", um SUV personalizado baseado no Land Rover Defender. Ele foi projetado e construído especialmente para o filme e agora está em exposição no Museu Volo.

É um veículo único, com carroceria totalmente personalizada, detalhes internos complexos e iluminação atraente. Dois veículos "Dolus" foram produzidos: um para cenas de interior e cenas de ação e outro para acrobacias radicais. Eles foram construídos a um custo impressionante de US$ 1,3 milhão.

DOLUS em latim significa engano, estratégia, falcatrua.

Um remake do filme argentino 4x4 (2019), que foi refilmado anteriormente no Brasil como A Jaula (2022).

A placa do Dolus, 18US3591, faz referência ao Título 18 do Código dos Estados Unidos, Seção 3591, que detalha os fatores a serem considerados para indivíduos condenados por crimes puníveis com a morte.

Glen Powell foi originalmente contratado para o projeto, como ator principal.

Onde assistir?

Chega os cinemas no dia 8 de maio.

Avaliações

• 5,8
  66%
  6,5