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Gabrielle

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50 segundos: O caso Fernando Báez Sosa (2025) - quando a violência fala mais alto que a razão

Esta série documental explora o caso de Fernando Báez Sosa, cujo espancamento fatal por um grupo de jovens foi filmado, chocando a Argentina.

História

A série está dividida em 3 episódios:

  • Episódio 1: “El final del verano” – apresenta o contexto, a viagem, o momento em Villa Gesell. 
  • Episódio 2: “Tres años en espera” – foco na prisão dos acusados, no impacto social. 
  • Episódio 3: “La noche perpetua” – julgamento, reflexões, entrevistas diretas.

História

Pode Ver Sem Medo

50 Segundos: O Caso Fernando Báez Sosa, nova série documental da Netflix dirigida por Martín Rocca, revisita um dos crimes mais brutais e revoltantes da história recente da Argentina. O assassinato de Fernando Báez Sosa, ocorrido em 18 de janeiro de 2020, em Villa Gesell, continua ecoando até hoje — não apenas pela crueldade do ato, mas pelo que ele revela sobre violência, privilégio, impunidade e o papel da sociedade diante disso tudo.

 

Com imagens reais, gravações de celulares, câmeras de segurança, depoimentos e material de arquivo, o documentário reconstrói os 50 segundos que levaram à morte de Fernando — um espancamento covarde cometido por um grupo de jovens rugbiers do lado de fora da boate Le Brique. As imagens circularam pela imprensa e pelas redes sociais, transformando o caso em comoção nacional.

 



Um crime recente que o mundo não viu — e que precisamos olhar de frente
 

O que mais me impressionou na série foi perceber como esse crime, tão recente e tão grave, passou praticamente despercebido em muitos países. Aconteceu poucos meses antes da pandemia que virou o mundo de cabeça para baixo, o que pode explicar parte dessa ausência de repercussão internacional — mas não diminui o impacto que o caso deveria ter causado.
 

Assistir à série é se confrontar com uma verdade dolorosa:
um jovem de 18 anos perdeu a vida por absolutamente nada.

Não houve provocação real. Não houve um motivo explícito. Apenas violência gratuita, coletiva, organizada e covarde.
 

Fernando estava com amigos, curtindo o verão como qualquer outro adolescente, quando um grupo decidiu tirar a vida dele em questão de segundos.
 



A falta de empatia — e a frieza que assusta
 

Outro ponto que faz a série engasgar na garganta é a postura dos acusados.

A narrativa deixa claro:
é quase inexistente qualquer sinal real de arrependimento.
 

Os depoimentos, comportamentos dentro e fora do tribunal, a forma como se organizaram para atacar e depois tentaram ocultar o que fizeram — tudo indica uma ausência profunda de empatia, como se a morte de Fernando fosse apenas um “desvio de percurso”.
 

E isso talvez seja o aspecto mais perturbador da série: não se trata apenas de mostrar um crime, mas de revelar uma mentalidade. Uma cultura que normaliza a violência de grupo, o privilégio social, a masculinidade agressiva e a ideia de que, com conexões e dinheiro, tudo se resolve.
 



Justiça feita — mas nunca suficiente
 

O documentário acompanha o processo judicial e evidencia o peso que a opinião pública e a mobilização social tiveram para que o caso não se perdesse nos labirintos da impunidade.

Mas é impossível ignorar a frase que atravessa toda a narrativa:

Nada disso traz Fernando de volta.
 

A série reforça um ponto essencial:
independentemente da idade dos responsáveis, punição precisa existir.

Mas justiça, nesses casos, é sempre incompleta.

A família de Fernando — pais imigrantes, batalhadores, amorosos — seguirá convivendo com a dor por muitos anos. A vida deles foi dividida em antes e depois.
 



Como a série é construída
 

A produção é dividida em três episódios, cada um com um foco claro:
 

1. O verão que não terminou

Reconstitui a viagem de Fernando, a noite na boate e o momento do ataque. A combinação de imagens reais com reconstruções narrativas aumenta a sensação de urgência.
 

2. Três anos de espera

O episódio mais angustiante. Mostra as investigações, a repercussão na mídia, a prisão dos acusados e o impacto social do caso.
 

3. A noite eterna

O julgamento, o peso das provas, a dor da família e as perguntas que continuam sem resposta. É o capítulo mais emocional — e o mais revoltante.
 



Por que você deveria assistir
 

Porque 50 Segundos não é apenas um documentário sobre um crime.

É um espelho. Uma provocação.

Uma lembrança de como a violência pode nascer de onde menos esperamos e como a sociedade muitas vezes falha em contê-la.
 

A série evidencia:

  • O perigo da violência em grupo
  • A banalização da agressividade masculina
  • A influência do privilégio social
  • A espetacularização midiática
  • A fragilidade da vida em contextos comuns
     

E, acima de tudo, o valor de exigir justiça — mesmo quando ela nunca é capaz de reparar tudo.
 



Conclusão
 

50 Segundos: O Caso Fernando Báez Sosa é um documentário devastador, necessário e difícil de esquecer.

Ele faz o que o bom jornalismo e o bom cinema documental precisam fazer: expor, incomodar e provocar reflexão.
 

Se você gosta de produções que fazem mais do que relatar — que te colocam diante da realidade nua e crua e te forçam a pensar sobre o mundo que construímos — essa é uma das séries mais importantes de 2025.

Curiosidades

A vítima, Fernando Báez Sosa, era filho de pais paraguaios que haviam imigrado à Argentina — o que gera uma camada adicional de discussão sobre imigração, discriminação e integração social.

 

Apesar da brutalidade, o caso se transformou em símbolo de justiça tardia: dos 8 acusados, cinco foram condenados à prisão perpétua e três a penas menores de 15 anos.

 

50 segundos se refere ao tempo que durou o ataque a Fernando.

Onde assistir?

O documentário está na Netflix em 3 partes.

Avaliações

  • IMDB logo 7,2
    Rotten Tomatoes logo ---
    PVSM logo 7,5

Tags:

#documentário #netflix #docuseries

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