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Gabrielle

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Baramulla (2025) - Quando o terror encontra a história

Um policial que investiga casos de crianças desaparecidas descobre verdades perturbadoras enquanto ocorrências sobrenaturais ameaçam sua família e a tranquilidade de Baramulla.

Personagens

  • DSP Ridwaan Sayyed (Manav Kaul): policial com histórico, contratempos pessoais, entra na cidade para o caso das crianças. 
     
  • Gulnar Sayyed (Bhasha Sumbli): esposa de Ridwaan, que acaba sendo impactada pelos eventos sobrenaturais. 
     
  • Noorie Sayyed (Arista Mehta): filha do casal, que passa por trauma ligado ao passado de Ridwaan. 
     
  • Outros personagens-chave: a família Sapru (hindus caxemires que sofreram no passado) e os antagonistas ligados ao desaparecimento das crianças e militância.

Personagens

História

O filme se passa na cidade de Baramulla, na Caxemira Índia. DSP Ridwaan Sayyed é transferido para investigar uma série de crianças desaparecidas. Enquanto ele mergulha no caso, coisas sobrenaturais começam a se manifestar — a antiga residência onde sua família mora parece ter fantasmas e segredos escondidos há décadas.

História

Pode Ver Sem Medo

Baramulla, o novo filme indiano da Netflix, começa com uma imagem simples, mas profundamente simbólica: uma única flor brotando em meio à neve e ao silêncio das montanhas. É ela que atrai um menino — e logo depois, ele desaparece. Esse é o estopim de uma história que mistura investigação policial, drama familiar, horror sobrenatural e, principalmente, feridas históricas reais da região da Caxemira.

 

Logo ao chegar à cidade, o delegado Ridwaan Shafi Sayyed (Manav Kaul) recebe seu primeiro grande caso: uma criança desaparecida, pistas estranhas e um suspeito improvável — um mágico itinerante que foi visto com o garoto. Há detalhes que não se encaixam, como uma mecha de cabelo deixada no chão, cortada de forma perfeita, sugerindo que algo muito maior e mais obscuro está acontecendo.

 

 

Um investigador brilhante… e profundamente quebrado

 

Ridwaan é um policial competente, racional e experiente. Mas ele também carrega um trauma enorme: sofre de TEPT após um episódio violento em seu último posto. O trabalho virou um escudo emocional, o que acaba afastando sua esposa Gulnaar e seus filhos, a adolescente Noorie e o pequeno Ayaan.

 

E é exatamente quando ele está absorvido pela pressão do caso — e pela tensão crescente na cidade — que sua família começa a relatar coisas estranhas: passos na casa vazia, cheiro de um cachorro invisível, sombras no corredor.

 

Ridwaan não acredita de imediato. Mas quando vemos Noorie sendo atraída por outra daquelas flores misteriosas dentro do sótão, e Ayaan conversando com uma "sombra" em forma de menino… a sensação é de que ele devia ter escutado sua família antes.

 

 

2016: um passado que não foi enterrado
 

A história se passa em 2016, mas carrega o peso de algo que marcou toda a região: o êxodo forçado dos Kashmiri Pandits, hindus nativos da Caxemira que foram perseguidos e expulsos nos anos 90. Esse trauma coletivo ainda paira pela cidade — e acaba sendo o elo entre o que é humano e o que é sobrenatural.

 

Enquanto investiga, Ridwaan se aproxima de Khalid, um homem com ligações com militantes islâmicos, muito influente entre os jovens locais e possivelmente envolvido com os desaparecimentos. Pior: ele foi visto com alguns dos meninos sumidos… e também com Noorie.

 

As pistas começam a se entrelaçar com a história sangrenta do vale. Mas o filme deixa claro que nem tudo é político: há algo sobrenatural e vingativo rondando Baramulla.

 

A trilha sonora sinistra, as flores que surgem do nada, a casa antiga que parece viva — tudo aponta para um horror que cresce a cada cena.

 

 

Terror sobrenatural como metáfora das cicatrizes da Caxemira

 

Essa é a força do filme: usar o sobrenatural não apenas como susto, mas como símbolo. As aparições e o horror são consequência direta do trauma vivido na região — em especial o dos Kashmiri Pandits, cuja história real é fundamental para entender o filme.

 

O que aconteceu com os Kashmiri Pandits? (Resumo rápido)


Entre 1989 e 1990, a Caxemira viveu um dos períodos mais violentos de sua história. Grupos extremistas começaram a perseguir e assassinar hindus locais. Com ameaças abertas e medo generalizado, entre 70 mil e 100 mil pandits fugiram às pressas para outras regiões da Índia. Muitas famílias viveram por décadas em campos improvisados, e grande parte nunca conseguiu retornar ao Vale.

 

O episódio ficou conhecido como o Êxodo dos Pandits, um trauma ainda vivo.

 

E é exatamente esse passado — real, doloroso e pouco conhecido fora da Índia — que o filme usa como ponto de partida para explicar o “mal” que assombra Baramulla.

 

 

Minha opinião

 

O que mais me surpreendeu em Baramulla é como ele não subestima o espectador. É um filme que começa como investigação policial, vira drama familiar, entra no suspense sobrenatural e, quando você acha que já entendeu o que está vendo… ele mergulha em uma camada emocional inesperada.

 

Sim, a segunda parte dá uma leve “patinada” e deixa você meio perdido — mas é proposital. É como se o filme pedisse que você confiasse no processo. E vale a pena: o terceiro ato é espetacular, e o plot final amarra tudo com força e sensibilidade. Confira o final explicado aqui!

 

Também acho incrível como produções de outras culturas nos tiram do sofá e nos fazem pesquisar, entender e conhecer histórias reais que talvez nunca tivéssemos contato. Baramulla faz isso de um jeito quase involuntário: entretém, assusta, emociona e ainda te ensina algo sobre um conflito que existe há décadas.


 

Conclusão

 

Baramulla é mais do que um filme de terror sobrenatural: é um retrato sobre culpa, perda e cicatrizes que nunca foram curadas. Mistura cultura, história e horror com coragem, sensibilidade e um final que realmente vale a espera.

 

Se você gosta de filmes que entregam mais do que parecem, esse é para assistir com atenção — e com o Google aberto ao lado.

Curiosidades

A comunidade de pandits da Caxemira foi amplamente expulsa do Vale da Caxemira no início da década de 1990 e muitos ainda lutam para retornar à sua terra natal.

 

O filme foi parcialmente gravado em localizações reais na Caxemira, com autorização limitada e equipe reduzida.

Curiosidades

Onde assistir?

O filme está na Netflix com 2h de duração.

Avaliações

  • IMDB logo 7,1
    Rotten Tomatoes logo 60%
    PVSM logo 8,0

Tags:

#terror #horror #filme #netflix #indi

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