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Monstro - A História de Ed Gein (2025): quando o horror real inspira o horror do cinema

Ed Gein, um recluso aparentemente inofensivo de Wisconsin na década de 1950, comete crimes horríveis que chocam a nação.

Personagens

Ed Gein- Charlie Hunnam: O protagonista da temporada — desde seus traços psicológicos até seus crimes mais extremos.

 

Augusta Gein (mãe de Ed)- Laurie Metcalf: Figura central na formação de Ed, influência religiosa e emocional hegemônica. 

 

Adeline Watkins- Suzanna Son: Retratada como uma mulher com relação longa com Ed (embora essa relação histórica seja questionada) 

 

Alfred Hitchcock- Tom Hollander: Inserido como personagem que simboliza o cinema do medo e reflexão da série sobre cultura pop. 

 

Alma Reville- Olivia Williams: Esposa e colaboradora de Hitchcock, também conectada com os temas do cinema e narrativa. 

 

Bernice Worden- Lesley Manville: Uma das vítimas mais proeminentes de Gein, com papel dramático. 

 

Anthony Perkins- Joey Pollari: Interpretado como o famoso ator que viveu Norman Bates — aqui aparece como figura simbólica da ligação entre crime real e cinema. 

 

Outros: A série inclui ainda personagens como o xerife do condado, investigadores, médicos, e figuras fictícias ou semi-fictícias para compor o drama narrativo. 

História

A chocante história verídica de Ed Gein, o infame assassino e ladrão de túmulos que inspirou muitos dos mais icônicos psicopatas de Hollywood. Estrelando Charlie Hunnam, a temporada de oito episódios explorará a jornada do assassino, de recluso obcecado por sua mãe a assassino macabro.

História

Pode Ver Sem Medo

Feche os olhos por um instante e imagine: um homem simples, de aparência inofensiva, vivendo em uma fazenda isolada nos anos 1950. Mas por trás daquela rotina pacata, existe algo perturbador — uma mente distorcida por culpa, fanatismo religioso e traumas familiares. Esse é Ed Gein, o assassino que inspirou alguns dos maiores ícones do terror: Norman Bates (Psicose), Leatherface (O Massacre da Serra Elétrica) e até Buffalo Bill (O Silêncio dos Inocentes).

 

Agora, ele é o foco da nova temporada da série da Netflix: Monstro – A História de Ed Gein, criada por Ryan Murphy e Ian Brennan, os mesmos nomes por trás de Dahmer e Irmãos Menendez.

 

Logo no primeiro episódio, somos levados à fazenda de Plainfield, Wisconsin. Ed Gein (Charlie Hunnam) é apresentado em uma rotina rural que rapidamente revela sua natureza sombria: a repressão sexual, a devoção doentia à mãe e uma relação tortuosa com a culpa e o desejo.

 

Sua mãe, Augusta (Laurie Metcalf), é uma mulher profundamente religiosa, que vê o sexo e as mulheres como pecado. “Mulheres são o mal”, repete ela, moldando em Ed um medo e uma obsessão que o acompanhariam até o fim da vida.

 

Enquanto isso, Ed se aproxima de Adeline Watkins (Suzanna Son), uma jovem que compartilha com ele um fascínio mórbido por atrocidades — como os campos de concentração nazistas e a figura de Ilse Koch, conhecida como “A Cadela de Buchenwald”. Essa conexão grotesca entre erotismo e morte é o primeiro sinal do colapso total da mente de Gein.

 

O ponto de virada vem com o assassinato do irmão, Henry, após uma discussão sobre a influência destrutiva da mãe. A morte é encoberta como acidente, e o peso da culpa — junto com a doença e morte de Augusta — transforma Ed em algo irreconhecível. Sozinho, ele começa a ouvir a voz da mãe… e decide trazê-la de volta à vida da forma mais macabra possível.

 

 

Um novo rumo para a franquia Monstro

 

Depois de duas temporadas focadas em assassinos amplamente midiáticos, Ryan Murphy leva a franquia para um território histórico. A história de Ed Gein antecede a era das câmeras, dos tabloides e da fama mórbida — e talvez por isso mesmo, seja ainda mais perturbadora.

 

O ponto alto da temporada é o modo como ela conecta a realidade ao cinema. A série mostra Alfred Hitchcock, Robert Bloch e Anthony Perkins — respectivamente, o diretor, o escritor e o ator de Psicose — explorando os crimes de Gein como base para o personagem Norman Bates. É uma mistura de realidade e ficção que reflete o poder cultural do horror: como o mal real se transforma em entretenimento.

 


 

Entre o real e o sensacionalismo

 

É impossível negar: Monstro – A História de Ed Gein é visualmente impecável. O ritmo, a fotografia e o entrelaçamento entre passado e presente funcionam muito bem. Charlie Hunnam está irreconhecível, tanto fisicamente quanto emocionalmente. O ator mergulhou fundo no papel — chegou a ouvir fitas antigas com a voz de Gein, que ele descreveu como “inquietantemente suave, quase infantil”.

 

Mas o que me preocupa nessa nova fase da franquia é a forma como Ryan Murphy tem romantizado figuras criminosas. Já havia sinais disso em Irmãos Menendez, e aqui o limite é ainda mais tênue. Em alguns momentos, a série parece transformar Gein em um homem incompreendido, mais vítima do que algoz — um retrato perigoso, considerando o impacto que esse tipo de narrativa pode ter.

 

É claro que entender a origem de um crime não significa justificá-lo. Gein sofria de distúrbios psiquiátricos graves, e na década de 1950 o conhecimento médico era limitado. Analisar isso é importante. O problema é quando a linha entre análise e exaltação se apaga — e Monstro flerta com isso o tempo todo.

 


 

A mistura entre fato e ficção

 

Um dos aspectos mais interessantes (e ao mesmo tempo problemáticos) é como a série brinca com a dúvida: o que é verdade e o que é invenção dramática?


Há episódios que parecem documentais, enquanto outros mergulham em fantasias perturbadoras — como as cenas inspiradas em Ilse Koch, com festas nazistas e sadismo explícito. São sequências poderosas e bem filmadas, mas que beiram o fetichismo visual.

 

Essa mistura cria uma experiência imersiva, mas também levanta uma questão ética: até que ponto é válido transformar o sofrimento real em espetáculo?

 


 

Minha impressão final

 

Monstro: A História de Ed Gein é uma série forte, densa e bem executada, com uma atuação brilhante de Charlie Hunnam e um olhar visualmente impactante. Porém, é também um exemplo de como o gênero true crime pode se tornar uma faca de dois gumes — alternando entre a análise psicológica e a glamourização do mal.

 

Ryan Murphy continua sendo um mestre em provocar, e talvez essa seja sua maior virtude e seu maior risco. Ele nos obriga a olhar para o monstro — e perceber que, no fundo, ele sempre reflete um pouco da nossa própria obsessão por compreender (ou consumir) o horror.


Um retrato intenso e cinematograficamente brilhante, mas que ultrapassa algumas fronteiras éticas ao humanizar demais o inumano.

Curiosidades

Na história de Ed Gein, o ator Happy Anderson interpreta novamente o serial killer Jerry Brudos. A primeira vez foi na série Mindhunter, da Netflix.

 

Para interpretar Ed Gein de maneira convincente, Hunnam perdeu peso (estimado em cerca de 13,6 kg) para dar uma aparência mais abatida e perturbada.

 

Em depoimentos, Hunnam disse que visitou o túmulo de Gein após as filmagens como um gesto simbólico de “fechar” a vivência do personagem.

 

A série retrata uma relação prolongada entre Ed e Adeline, mas essa versão é muito contestada: Watkins depois afirmou que algumas declarações foram exageradas ou deturpadas.

Onde assistir?

A série Monstro está na Netflix com 8 episódios.

Avaliações

  • IMDB logo 7,8
    Rotten Tomatoes logo 29%
    PVSM logo 8,0

Tags:

#netflix #series #drama #truecrime #crime

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