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Gabrielle

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A Semente do Fruto Sagrado (2024) - Segredos, Fé e Abismos

Um juiz de instrução luta contra a paranoia em meio à agitação política em Teerã causada pela morte de uma jovem. Quando sua arma desaparece, ele suspeita da esposa e das filhas, impondo medidas severas que desgastam os laços familiares.

Personagens

Soheila Golestani- a mãe, Najmeh

Missagh Zareh-o pai, Iman

Setareh Maleki- a filha, Sana

Mahsa Rostami- a filha, Rezvan

Niousha Akhshi- a amiga, Sadaf

Reza Akhlaghirad- Ghaderi

História

O filme centra-se numa família que se torna pública quando Iman é nomeado juiz de instrução em Teerã. À medida que a agitação política irrompe nas ruas, Iman percebe que seu trabalho é ainda mais perigoso do que o esperado, tornando-o cada vez mais paranoico e desconfiado, até mesmo de sua esposa Najmeh e de suas filhas Sana e Rezvan.

História

Pode Ver Sem Medo

“A Semente do Fruto Sagrado” é um filme polêmico e provocador lançado em 2024 que dividiu opiniões por onde passou. Dirigido por Mohammad Rasoulof, o longa marca o retorno do cineasta iraniano a temas densos como religião, opressão e resistência individual — temas que o levaram, inclusive, ao exílio.

 

Ambientado no Irã contemporâneo, o filme acompanha Iman, um homem profundamente devoto que vive em uma sociedade rigidamente religiosa.

“Mulher, vida, liberdade.” Esses gritos que ecoam nas ruas em chamas de Teerã ressoam também dentro da casa de Iman, um pai de família aparentemente exemplar, cuja vida pacata começa a desmoronar quando suas filhas descobrem o segredo por trás de sua rotina no escritório.
 

Iman, interpretado por Missagh Zare, é um homem respeitado, discreto e devoto. Mas sua reputação entra em colapso quando seu nome e endereço passam a circular nas redes sociais entre grupos de dissidentes. O motivo? Ele é responsável por assinar sentenças de morte diariamente, sendo uma peça-chave da engrenagem de repressão estatal.
 

Sua esposa, Najmeh (vivida por Soheila Golestani), mantém uma postura dócil e religiosa. Sempre presente com um chá quente nas mãos e palavras brandas, ela finge não saber o que o marido realmente faz. Seu maior objetivo é proteger a reputação da família e garantir que suas filhas se mantenham obedientes e dentro dos padrões morais impostos — principalmente agora, com o pai sob os holofotes da resistência popular.
 

Mas dentro do quarto compartilhado por Rezvan (Mahsa Rostami), universitária, e sua irmã mais jovem, Sana (Setareh Maleki), algo começa a mudar. As meninas estão despertando — politicamente, emocionalmente, espiritualmente. E quando uma arma desaparece da mesa de cabeceira de Iman, os confrontos se tornam inevitáveis.
 

Desesperado para manter o controle, Iman os obriga a se sentar diante da câmera de vídeo da família, aquela mesma que um dia registrou aniversários e sorrisos, e exige que revelem a verdade. Mas os silêncios dizem mais do que qualquer confissão.

O que começa como um simples desentendimento conjugal evolui para um confronto psicológico de proporções devastadoras.
 

A família que um dia se orgulhava de sua ordem agora enfrenta o caos — não apenas o caos social das ruas iranianas, mas o caos íntimo de uma geração que não aceita mais calar. 
 

A "semente" do título remete tanto à ideia bíblica de pecado e tentação quanto à origem de conflitos que germinam dentro de uma estrutura aparentemente inabalável. A metáfora do "fruto sagrado" cresce ao longo da narrativa, assumindo um papel central na desconstrução das crenças dos personagens.
 

A Semente do Fruto Sagrado é um daqueles filmes que não se assiste passivamente. Ele provoca, incomoda e planta questões que continuam germinando muito tempo depois da última cena. Em tempos onde liberdade de expressão ainda é um privilégio e não um direito universal, filmes como este são mais do que arte — são resistência.

Curiosidades

O filme foi rodado quase inteiramente em segredo, produzido com financiamento de diversas empresas na França e na Alemanha.

 

Inscrição oficial da Alemanha para a categoria "Melhor Filme Internacional" da 97ª edição do Oscar, em 2025.

 

Como o filme foi filmado em segredo, ninguém sabia de sua existência até que ele foi anunciado como parte da programação do Festival de Cinema de Cannes de 2024. Imediatamente depois disso, o regime iraniano interrogou todos os membros do elenco e da equipe, proibiu-os de sair do país e os pressionou para remover o filme da seleção de Cannes. Algumas delas conseguiram escapar para chegar ao tapete vermelho em Cannes, mas outras não, como Soheila Golestani e Missagh Zareh, que interpretam os pais.

 

O diretor Mohammad Rasoulof decidiu usar imagens reais dos protestos de Mahsa Amini em 2022. A abordagem é semelhante à de Spike Lee em Malcolm X e Infiltrado na Klan.

 

Quando o veredito de Mohammad Rasoulof foi confirmado pelo tribunal de apelação, ele teve um prazo de duas horas para escolher entre permanecer no Irã ou fugir. Ele decidiu fugir, deixando seu filme para trás. As imagens foram contrabandeadas do Irã para Hamburgo, na Alemanha, onde foram editadas por Andrew Bird, com quem Rasoulof já havia colaborado.

 

Incluído na lista de filmes favoritos de Barack Obama de 2024.

 

A seleção de elenco para o filme foi complicada, pois o número de pessoas envolvidas no projeto teve que ser reduzido ao mínimo para não despertar suspeitas do regime iraniano. Por isso, foi preciso avaliar cada ator tanto em nível artístico quanto político. Para os pais, escolheram Soheila Golestani, cuja posição pública em relação ao movimento pró-mulher era bem conhecida, e Missagh Zareh, que já havia trabalhado com Mohammad Rasoulof em Lerd (2017). Para as filhas, eles não podiam escolher adolescentes, pois queriam atrizes que estivessem plenamente cientes das consequências de participar deste filme e que fossem maduras o suficiente para lidar com as táticas usadas pelo regime iraniano para pressionar as pessoas. No final, eles escolheram duas atrizes mais velhas, Mahsa Rostami e Setareh Maleki, que ainda eram muito críveis como adolescentes.

 

O diretor Mohammad Rasoulof estava originalmente programado para participar do Festival de Cinema de Cannes de 2023 como membro do júri da seção "Um Certo Olhar". No entanto, ele foi preso em julho de 2022 após criticar a repressão do governo aos manifestantes na cidade de Abadan, no sudoeste do Irã, devido ao desabamento de um prédio. Em 8 de maio de 2024, o advogado de Rasoulof anunciou que ele havia sido condenado a oito anos de prisão, além de açoites, multa e confisco de seus bens. Em 12 de maio de 2024, Rasoulof anunciou que havia conseguido fugir do Irã e estava hospedado em um local não revelado na Europa. Em 24 de maio de 2024, Rasouloff compareceu à estreia do filme em Cannes e, no tapete vermelho, exibiu fotos de dois dos atores do filme, Soheila Golestani e Missagh Zareh.

Onde assistir?

O filme está no Prime Video.

Avaliações

  • IMDB logo 7,6
    Rotten Tomatoes logo 97%
    PVSM logo 7,6

Tags:

#movies #primevideo #asementedofrutosagrado #religiao #primevideo

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