O Rei do Povo (2024)

Baseado em um caso histórico real, um jornalista ousado questiona o comportamento imoral de um líder reverenciado.

Personagens

Junaid Khan - Karsan das Mulji,
Jaideep Ahlawat - Jadunath Maharaj,
Shalini Pandey - Kishori,
Sharvari Wagh - Viraaj,
Priyal Gor - Leelavati,
Sneha Desai - Bhabhu

História

Baseado no histórico caso de difamação de 1862, que foi travado na Suprema Corte de Bombaim, Maharaj não é um filme de tribunal, como pode ter sugerido através de sua sinopse.

O filme histórico, dirigido por Siddharth P Malhotra, é uma apresentação dramática dos acontecimentos que levaram a este caso e como ele permanece relevante por sua importância histórica na Índia.

Pode Ver Sem Medo

Ambientado na década de 1800, Maharaj narra os tempos de Karsandas Mulji (Junaid Khan), um jornalista, escritor e reformador social Gujarati, que lutou pelos direitos das mulheres e travou uma guerra quando decidiu se opor às práticas malignas do líder religioso Jadunath Maharaj. também conhecido como JJ (Jaideep Ahlawat), que explorou sexualmente suas devotas disfarçadas de rituais e práticas supersticiosas como 'charan seva'.

É depois que Karsan testemunha sua noiva Kishori (Shalini Pandey) sendo vítima do ato injusto de Jadunath em seu haveli, que ele decide expor o líder religioso. Jadunath então abre um processo de difamação contra Karsan por escrever e publicar um artigo sobre suas aventuras eróticas no jornal Satyaprakash. Não apenas Jadunath, Karsandas, em seu artigo, também menciona pais e maridos, que oferecem suas filhas solteiras e esposas recém-casadas como objetos sexuais a Maharaj, acreditando ser um serviço a Deus.

A história de Karsandas lembra-nos de como líderes espirituais podem manipular a devoção para satisfazer seus próprios desejos. Até hoje, alguns gurus exploram a fé e a vulnerabilidade de seus seguidores por poder, riqueza e gratificação pessoal. Essa exploração não apenas prejudica os enganados, mas também desvirtua a verdadeira espiritualidade, que deve ser baseada em amor, compaixão e crescimento pessoal. Seguir cegamente qualquer religião não é algo saudável, é preciso sempre trazer à razão aquilo que está sendo pregado.

As atuações são muito convincentes e poderosas, o cenário e o figurino são exuberantes, e como não pode faltar em um filme de Bollywood temos um número musical muito bem coreografado e com uma fotografia linda, apesar de não curtir musicais, esse aqui não comprometeu, temos alguns outros momentos em que a música ajuda a contar a história, mas dentro da sequência do filme sem parar para uma apresentação. O filme é uma drama, mas que não deixou de fora momentos de alívio cômico e pitadas de romance.

A trama mostra a luta de Mulji contra forças poderosas que protegiam o Marajá, enfrentando ameaças e resistência da sociedade e das autoridades. A coragem e determinação de Mulji em buscar justiça e transparência são destacadas, assim como os desafios pessoais e profissionais que ele enfrenta.

A cena clímax destaca Jadunath sentado em seu trono com um sorriso sinistro, enquanto Karsandas questiona a fé e as crenças cegas das pessoas em um monólogo. Antes dos créditos finais, são mostradas fotos reais de Karsandas e outros personagens importantes, com um resumo sobre eles. O filme termina com uma narração provocativa, afirmando que não precisamos de intermediários para nos conectarmos com Deus e reiterando que o Dharma (princípio moral e ético do universo) é um caminho para nos tornarmos bons seres humanos.

É um filme bastante diferente e que nos apresenta uma luta na história que mudou o rumo das seitas na Índia e que vale a pena ser conhecida por nós, até mesmo para uma reflexão, o que a fé cega pode causar a uma pessoa ou grupo que não questiona.