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Netflix x Paramount x Governo Trump: a batalha bilionária pelo futuro da Warner Bros.
A disputa pela aquisição da Warner Bros. Discovery (WBD) se transformou em um dos embates corporativos mais intensos e politicamente carregados da década. Entre ofertas bilionárias, movimentações inesperadas e declarações presidenciais, o futuro da casa de Harry Potter, HBO, DC e CNN está em jogo.
Nos últimos dias, o cenário ganhou novos capítulos — e nenhum deles discreto.
Netflix enfrenta pressão política e regulatória em sua proposta
A Netflix entrou na disputa oferecendo US$ 82,7 bilhões, uma proposta que não inclui os canais a cabo da WBD, e já esperava uma longa análise regulatória. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou publicamente no domingo (7) que estará “envolvido na decisão”, sinalizando uma análise ainda mais extensa do que o normal.
Apesar disso, Trump elogiou o co-CEO da Netflix, Ted Sarandos, classificando seu trabalho como “lendário” — e, curiosamente, não fez nenhuma crítica direta à proposta da empresa.
Paramount lança oferta hostil: maior e mais abrangente
Na manhã de segunda-feira (8), a Paramount surpreendeu ao apresentar uma oferta direta aos acionistas, no valor de US$ 108,4 bilhões, buscando adquirir 100% da Warner Bros. Discovery.
A empresa argumenta que sua oferta é significativamente mais vantajosa do que a da Netflix, especialmente por incluir todos os ativos — inclusive os canais lineares que a proposta da rival desconsidera.
Pouco depois, Trump atacou a Paramount em sua plataforma Truth Social, mas por motivos totalmente alheios à aquisição: críticas ao 60 Minutes por entrevistar Marjorie Taylor Greene, sua ex-aliada. O presidente não mencionou a compra.
A influência de Trump e o clima político
Grandes empresas têm buscado proximidade com Trump durante seu mandato, tentando garantir condições favoráveis em negociações regulatórias. Porém, o presidente enfrenta um dilema:
- Sua base eleitoral pressiona para que o Departamento de Justiça investigue a proposta da Netflix.
- Comentadores aliados, como Steve Bannon e Matt Gaetz, pedem abertamente para que Trump “impeça” o negócio.
Gaetz, inclusive cotado para chefiar o DOJ no início deste ano, descreveu a fusão como algo “que Trump precisa barrar”.
Historicamente, presidentes evitavam interferir — ou comentar — grandes fusões, deixando as análises para o setor antitruste. Mas este não parece ser o caso agora.
Sarandos e Trump: encontros, jantares e diplomacia corporativa
Segundo apurações da CNN, Ted Sarandos e Trump mantêm um canal de comunicação aberto:
- em dezembro de 2024, jantaram juntos em Mar-a-Lago;
- no mês passado, Sarandos voou a Washington para se encontrar com Trump no Salão Oval;
- o presidente confirmou a reunião e reforçou que tem “muito respeito” pelo executivo.
Ainda assim, Trump mencionou preocupação com questões antitruste, citando o potencial domínio combinado Netflix + HBO no mercado global de streaming.
A Netflix, por outro lado, enfatiza que YouTube, Amazon e redes sociais tornaram o mercado mais competitivo do que nunca.
A multa bilionária em caso de fracasso
Para mostrar confiança no acordo, a Netflix aceitou pagar uma multa de US$ 5,8 bilhões caso o negócio seja barrado pelos reguladores — uma das maiores penalidades rescisórias da história corporativa.
Mas mesmo esse gesto agressivo não assegura o futuro da operação.
Sarandos responde à oferta hostil da Paramount
Horas após a Paramount anunciar sua proposta, Sarandos finalmente se pronunciou durante um evento do banco UBS, em Nova York. Segundo ele, o movimento da concorrente era:
“totalmente esperado”.
O executivo reforçou que a Netflix segue confiante na consumação do acordo original negociado com a Warner Bros. Discovery.
Quem decide essa guerra?
Apesar de toda a movimentação política, encontros de bastidores e pressão da opinião pública, Trump não será o responsável direto pelo desfecho. A decisão final caberá aos tribunais e órgãos reguladores.
No entanto, sua postura pública — favorável ou contrária — pode influenciar significativamente o clima político ao redor da fusão mais impactante que Hollywood já viu desde a compra da Fox pela Disney.
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