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Gabrielle

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Relay - Contrato Perigoso (2024) - O thriller que devolve o suspense ao silêncio

Um lucrativo corretor de suborno entre empresas corruptas e indivíduos que as ameaçam quebra suas próprias regras quando um novo cliente busca sua proteção para se manter vivo.

Personagens

  • Ash (Riz Ahmed): Um fixador discreto que vive no limiar entre legalidade e submundo. Ele é metódico, trabalha nas sombras, e tem uma moral própria, ainda que ambígua. 
     
  • Sarah Grant (Lily James): Cientista que veio a descobrir irregularidades em sua empresa, e agora está sendo perseguida. Ela procura Ash para se salvar — embora nem tudo seja o que parece. 
     
  • Dawson (Sam Worthington): O antagonista/tracer que lidera a equipe de vigilância que persegue Sarah (e indiretamente Ash) em nome da corporação. 
     
  • Outros personagens relevantes: Rosetti, Ryan, Lee (membros da equipe de Dawson). Há também o cliente inicial Hoffman que cria a engrenagem para aquela dinâmica de denunciante-empresa.

História

O protagonista, Riz Ahmed no papel de Ash, é um “fixer” de alto nível — alguém que media acordos entre denunciantes (whistleblowers) e grandes corporações. Ele usa um serviço de “relay” telefónico (via serviço de retransmissão para surdos) para manter sua identidade e ligações fora de rastros.

Tudo muda quando aparece uma nova cliente, Lily James como Sarah Grant, que possui documentos altamente comprometedores contra uma empresa de biotecnologia e busca proteção para sobreviver e negociar. A partir daí, Ash sai do seu roteiro habitual e entra num jogo muito mais complexo, pessoal e perigoso.

História

Pode Ver Sem Medo

Sempre ouvimos falar dos whistleblowers, os denunciantes que decidem arriscar tudo para expor verdades perigosas — documentos secretos, conspirações, esquemas de corrupção. Mas o que acontece com aqueles que desistem no meio do caminho? Que percebem que o risco é alto demais, que suas vidas viraram alvo de vigilância e que o sistema parece não ter espaço para protegê-los?

 

Essas são as pessoas que precisam de alguém como Tom — ou Ash, ou qualquer outro nome que ele use naquele dia. O personagem de Riz Ahmed em Relay, novo thriller de David Mackenzie, é um homem de identidades mutáveis e moral indecifrável. Ele é o intermediário entre o perigo e o anonimato — aquele que negocia acordos entre empresas criminosas e denunciantes desesperados, garantindo que todos saiam vivos (ou quase).

 

Logo nas primeiras cenas, acompanhamos o desfecho de um desses trabalhos: Tom garante a segurança de Hoffman (Matthew Maher), um cientista que decidiu denunciar sua empresa, enquanto força o próprio CEO a fechar um acordo de silêncio. Tudo precisa ocorrer com a máxima discrição, porque se algo der errado, ele tem um “plano B” — cópias comprometedoras que seriam enviadas às autoridades.

 

Mas o que mais impressiona não é o método, e sim o sistema que ele criou para operar fora de qualquer radar. Todas as ligações são feitas por meio de um serviço de retransmissão — uma ferramenta legítima, criada para pessoas com deficiência auditiva, que transforma voz em texto e impede o rastreamento direto da origem da chamada. Nenhum dado é armazenado, nada é gravado, e os operadores são legalmente proibidos de compartilhar informações.

 

No início, você pode até achar que Tom é surdo — o filme brinca com essa suposição — até descobrir que ele apenas se aproveita da brecha perfeita para permanecer invisível. E essa sacada é simplesmente genial. Uma mistura de ética distorcida e engenhosidade que define o tom de todo o filme.

 

Quando Sarah Grant (Lily James) entra em cena — uma cientista que descobre fraudes em uma corporação de biotecnologia — o jogo recomeça. Só que, dessa vez, o jogo é mais pessoal. E conforme ela se aproxima da verdade, o passado de Tom começa a emergir das sombras.

 


 

Um thriller à moda antiga — mas com alma moderna

 

Relay é, em essência, um tributo aos thrillers paranoicos dos anos 70 — filmes como Os Três Dias do Condor e A Conversação —, mas adaptado à era da vigilância digital. A câmera de Mackenzie observa tudo de forma fria e precisa, transformando telefonemas, entregas discretas e olhares atravessados em pura tensão.

 

A ambientação em Nova York e Nova Jersey dá aquele toque urbano sufocante: metrôs, becos, luzes de neon e corredores de escritórios onde a verdade se esconde atrás de contratos e sorrisos falsos.

 

E Riz Ahmed? Está impecável. Seu personagem demora quase meia hora para falar — e quando o faz, cada palavra carrega o peso do silêncio anterior. É uma atuação contida, cerebral, onde o que mais importa não é o que ele diz, mas o que ele não pode dizer.

 

Lily James equilibra a história com vulnerabilidade e firmeza, e Sam Worthington, como o implacável perseguidor corporativo, adiciona a dose certa de ameaça sem cair no clichê.

 


 

O que torna Relay tão interessante

 

O roteiro de Justin Piasecki, originalmente chamado The Broker, já chamava atenção na Black List de 2019 — e o filme justifica esse prestígio. Ele evita o caminho fácil da ação exagerada e aposta em tensão psicológica, conspiração, e moralidade ambígua.

 

A trama se desenrola em ritmo controlado, sempre dando a sensação de que há algo maior em jogo — e há. O suspense cresce não por causa das armas, mas das palavras e das decisões éticas que podem custar vidas.

 

O clímax pode dividir opiniões: é mais reflexivo do que explosivo. Mas faz sentido dentro da lógica do filme — que não é sobre vencer o sistema, e sim sobre o preço de sobreviver dentro dele.

 


 

Minha opinião

 

Relay é o tipo de filme que não grita para ser ouvido — ele sussurra, e você precisa prestar atenção. É elegante, inteligente e surpreendentemente humano, mesmo quando fala de anonimato, vigilância e poder.

 

Gostei especialmente do modo como o diretor usa a tecnologia como ferramenta de suspense, sem transformá-la em espetáculo. Tudo parece possível, e talvez por isso o filme incomode: porque revela o quanto é fácil sumir — ou esconder a verdade — num mundo cheio de ruído.

 

Se você gostou de Michael Clayton, O Informante ou Rede de Intrigas, vai se sentir em casa aqui. Relay é um thriller que respeita a inteligência do público e entrega tensão com propósito.

 

Ainda assim, vale ressaltar o quanto os dois primeiros atos funcionam bem — mesmo que o desfecho perca um pouco da força e o rumo da trama se torne previsível, Relay continua sendo um filme que vale a pena assistir.

Pode Ver Sem Medo

Curiosidades

O dispositivo que Ash usa é um Aparelho de Telecomunicações para Surdos (TDD), às vezes chamado de teletipo. O aparelho possui encaixes na parte superior para telefones analógicos antigos, mas muitos podem ser conectados a dispositivos móveis. Eles ainda são amplamente utilizados onde a conectividade de dados móveis ou internet é limitada.

 

Ash só começa a falar aos 30 minutos.

 

A Lei dos Americanos com Deficiências (ADA) impede que os operadores de retransmissão divulguem qualquer informação. Eles alegam que as chamadas não são gravadas. Não há registros, então é muito difícil rastrear. É uma tecnologia analógica antiga. Está sendo substituída por tecnologias mais modernas, mas ainda existe. 

 

Mais de 50% do filme foi filmado em Nova Jersey.

 

Os envelopes que Sarah usa para enviar os documentos e a taxa são endereçados a Archie Leach, o nome de batismo de Cary Grant.

Onde assistir?

O filme está nas plataformas digitais e no Prime Video.

Avaliações

  • IMDB logo 7,0
    Rotten Tomatoes logo 82%
    PVSM logo 8,0

Tags:

#filmes #suspense #thriller #ação

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