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A vizinha perfeita (2025) - Quando o medo, o descuido e a lei se confundem
Um pequeno desentendimento entre residentes da Flórida toma um rumo letal, com imagens de câmeras corporais da polícia e entrevistas investigando as consequências das polêmicas leis estaduais de "defenda sua posição".
História
O documentário “A Vizinha Perfeita” é uma produção da Netflix (2025) que mistura tensão, investigação social e crime real. Segundo a página oficial da Netflix, ele mostra como uma antiga briga de vizinhos acabou em morte, usando imagens de câmeras policiais, e se debruça sobre temas como medo, preconceito e a lei de legítima defesa nos EUA.
Resenha em vídeo
Pode Ver Sem Medo
“A Vizinha Perfeita” (The Perfect Neighbor), documentário de 2025 dirigido por Geeta Gandbhir e distribuído pela Netflix, chega com o peso dos grandes true crimes, mas vai muito além de recontar uma tragédia.
Baseado em um caso real ocorrido na Flórida, o filme expõe o colapso da convivência, a escalada de hostilidade e o impacto da controversa lei americana “Stand Your Ground”, que permite o uso de força letal se alguém “se sentir ameaçado”.
É um daqueles documentários que começam com um disparo e voltam no tempo para mostrar o quanto poderíamos ter evitado o inevitável.
Tudo gira em torno de Ajike “AJ” Owens, uma mulher negra e mãe de quatro filhos, e sua vizinha Susan Lorincz, uma mulher branca que há meses reclamava das crianças brincando perto de sua casa.
As discussões se tornaram cada vez mais tensas, com registros policiais e pequenas provocações de ambos os lados.
No dia fatídico, após mais um episódio de hostilidade, AJ foi até a casa da vizinha, bateu na porta e, do outro lado, Lorincz atirou através da madeira trancada, atingindo-a fatalmente.
A tragédia virou manchete nacional — e o documentário mostra a história através de imagens de câmeras policiais, gravações de 911 e interrogatórios reais, reconstruindo o mosaico de uma comunidade em colapso.
O Que o Documentário Quer Dizer
“A Vizinha Perfeita” não é apenas sobre uma vizinha que atira na outra.
É sobre a banalidade da raiva — e como ela é alimentada por instituições que preferem minimizar conflitos.
O documentário mostra o efeito em cadeia de chamadas ignoradas, advertências leves e patrulhas desinteressadas. Cada visita policial sem consequência serviu como um lembrete de que “nada grave vai acontecer”, até o dia em que aconteceu.
Ele também questiona a liberdade armamentista nos EUA, expondo como o acesso facilitado a armas, somado à impunidade, transforma qualquer vizinhança em uma bomba-relógio.
Minha Visão
Achei o documentário um pouco parcial — ele se inclina claramente para um lado, deixando o outro quase invisível.
Mas mesmo assim, é impossível ignorar o ponto que ele escancara: a omissão da polícia foi decisiva.
Na minha opinião, houve um erro coletivo.
A polícia sempre minimizou o conflito, tratando-o como uma briga de bairro sem importância.
A postura quase de coleguismo com a vizinhança parecia dar a eles a segurança de que poderiam continuar provocando uns aos outros sem consequências.
O que começou com uma reclamação legítima virou uma guerra psicológica de provocações e picuinhas, empurrada por ressentimento, silêncio e ego.
No fim, a tragédia foi só o último capítulo de um roteiro que vinha sendo escrito há meses — sem nenhum suporte institucional.
E é aí que o filme acerta em cheio: mostra como o descuido das autoridades, o medo disfarçado de poder e as brechas na lei podem transformar uma vizinhança comum em cenário de morte.
“A Vizinha Perfeita” é daqueles documentários que incomodam — e deveriam incomodar.
Porque não é só sobre um crime, é sobre o sistema que permite que pequenos atritos virem tragédias.
E porque, no fundo, ele fala de nós mesmos: de como olhamos, julgamos e reagimos aos outros que vivem ao nosso redor.
Um filme para assistir sem pressa, e sair pensando no que, exatamente, faz uma pessoa deixar de ser apenas “a vizinha chata” e se tornar “a próxima manchete”.
Curiosidades
- O documentário foi exibido no Sundance Film Festival e rapidamente adquirido pela Netflix, sendo descrito pela crítica americana como “um dos melhores documentários do ano”.
- A diretora Geeta Gandbhir optou por não usar entrevistas em estúdio: todo o impacto vem de material bruto de câmeras policiais e depoimentos reais.
- O caso é usado como exemplo de como a lei “Stand Your Ground” — criada para proteger o cidadão — pode se tornar um escudo para o uso desproporcional da força.
- A narrativa evita julgamentos diretos, mas deixa claro que a ausência de ação das autoridades foi uma peça central nessa tragédia.
Onde assistir?
O documentário está na Netflix com 1h30 de duração.
Avaliações
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Tags:
#netflix #documentarios #docuseriesVisualizações:
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