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Número desconhecido: Catfishing na escola (2025) - Quando o perigo vem de dentro de casa
Uma adolescente e seu namorado enfrentam assédio persistente de um interlocutor desconhecido. A polícia que investiga os meses de tormento descobre uma revelação que derruba suas suposições iniciais.
História
Em uma cidade pequena como Beal City, Michigan, o colégio é ainda menor, e todo mundo sabe da vida um do outro. Mas as mensagens que uma garota de 13 anos e seu namorado estavam recebendo eram tão pessoais, tão feias, que a busca pela identidade do remetente envolveu pais, polícia e, por fim, o FBI.

Pode Ver Sem Medo
Gosto muito de documentários, em especial aqueles que abordam crimes reais, porque eles nos mostram até onde a maldade humana pode chegar. O que mais me indigna é quando o perigo não vem de estranhos, mas de dentro de casa — justamente de quem deveria proteger. É um choque perceber que, muitas vezes, o lar pode ser o lugar mais inseguro de todos. Esse documentário da Netflix é um exemplo doloroso disso: como pais podem colocar seus filhos em risco e como sinais de desequilíbrio podem passar despercebidos até que seja tarde demais.
Em outubro de 2020, Lauryn Licari e seu namorado, Owen McKenny, ambos estudantes da Beal City High School, começaram a receber mensagens de um número desconhecido. O tom ia de provocações como “Owen está terminando com você; é óbvio que ele me quer” até insultos cruéis: “Vadia lixo”, “Ninguém quer ver sua bunda chata e anoréxica”. O detalhe assustador? As mensagens revelavam informações íntimas que só alguém muito próximo poderia saber.
O assédio durou 13 meses, escalando de bullying para algo muito mais sombrio, incluindo incentivo ao suicídio. Lauryn e Owen, antes considerados “o casal de ouro” da escola, viram suas vidas virarem de cabeça para baixo. Amigos como Sophie, Macy e Khloe, assim como professores e até o superintendente, entraram no círculo de suspeita. A polícia local investigou, mas foi preciso o envolvimento do FBI para rastrear a origem das mensagens.
A revelação foi estarrecedora: a responsável por toda a perseguição era Kendra Licari, mãe da própria Lauryn. O documentário mostra inclusive as imagens da câmera corporal da polícia no momento da prisão, em dezembro de 2022, quando Lauryn aparece ao lado da mãe em um silêncio perturbador.
Em entrevistas, Kendra tenta justificar seus atos dizendo que “todos cometem erros”, mas os detalhes revelados vão muito além de um simples erro de julgamento. O filme sugere um comportamento obcecado, com sinais de manipulação e até insinuações de atração por Owen, que eram perceptíveis para os colegas e familiares.
Sob direção de Skye Borgman, conhecida por retratar casos reais com profundidade emocional, Número Desconhecido não é apenas um relato de cyberbullying. É uma reflexão sobre como a tecnologia pode ser usada como arma psicológica, sobre os limites da confiança dentro de casa e sobre o impacto devastador que a traição de uma mãe pode ter na vida de uma filha.
Um documentário perturbador, intenso e necessário — que nos obriga a encarar uma dura realidade: às vezes, o maior perigo está mais perto do que imaginamos.
Curiosidades
Kendra Licari foi presa em dezembro de 2022, condenada por assediar uma menor via internet. Foi liberada em 8 de agosto de 2024, ainda desejando manter contato com a filha. Ela aparece no longa tentando explicar sua atuação, influenciada por seu próprio trauma passado, dizendo que queria proteger Lauryn — uma dinâmica complexa e delicada.
As filmagens ocorreram em duas fases. No primeiro encontro, na primavera de 2023, Lauryn ainda queria “ter a mãe de volta”. No segundo, após o período de encarceramento de Kendra, sua postura era mais cautelosa — um processo de amadurecimento perceptível no documentário.
Dirigido por Skye Borgman, o documentário é produzido pela Campfire Studios em parceria com a Terminal B Television, estúdios renomados com várias premiações Emmy.
Borgman espera que o documentário provoque diálogos importantes entre pais e adolescentes sobre os riscos da tecnologia, o poder destrutivo do cyberbullying e a necessidade de apoio emocional em ambientes escolares e familiares.
Onde assistir?
O documentário está na Netflix com 1h30min.
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Tags:
#series #netflix #documentáriosVisualizações:
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