
Criação de conteúdos e gestão de redes sociais
Homem com H (2025) - A ousadia de viver em voz alta
Mergulha na vida do cantor brasileiro Ney Matogrosso.
Personagens
- Jesuíta Barbosa como Ney Matogrosso — elogiado por transformar fisicamente e emocionar na performance .
- Hermila Guedes como Beíta, mãe de Ney .
- Jullio Reis como Cazuza, amigo e grande amor .
- Bruno Montaleone como Marco de Maria, parceiro que faleceu de AIDS .
- Mauro Soares e Jef Lyrio como João Ricardo e Gerson Conrad, integrantes do Secos & Molhados .
- Também integram o elenco Caroline Abras, Rômulo Braga, Lara Tremouroux, entre outros
História
A narrativa segue Ney Matogrosso desde sua infância até se tornar um ícone da música nacional. O filme explora:
- Crescimento em ambiente humilde e repressivo;
- Liberação artística via grupo Secos & Molhados durante a ditadura militar;
- Transição para carreira solo;
- Relações pessoais marcantes, como com Cazuza e o parceiro Marco de Maria — ambos retratados com momentos de alegria e tragédia, sobretudo na epidemia da AIDS

Pode Ver Sem Medo
Homem com H é mais do que uma cinebiografia. É um convite para mergulhar na trajetória intensa, ousada e transformadora de Ney Matogrosso, um dos maiores artistas da música brasileira — e o melhor: ainda vivo, ativo e provocador como sempre.
Dirigido por Esmir Filho, o filme percorre de forma cronológica os momentos mais marcantes da vida de Ney: da infância difícil ao despertar artístico, passando pela adolescência inquieta, o sucesso com os Secos & Molhados, sua carreira solo e até um show arrebatador em 2024. É uma jornada completa e emocionante.
Um dos grandes destaques do longa é a atuação de Jesuíta Barbosa, que consegue captar a energia, a sensibilidade e a intensidade do cantor com uma entrega impressionante. Ele não apenas interpreta — ele encarna Ney com corpo, voz e alma.
O visual também é impactante: os figurinos exuberantes, os cenários teatrais e da ditadura, tudo compõe uma estética vibrante, que conversa diretamente com a força performática do artista e com o contexto político e cultural da época.
Nem tudo reluz
Se há um ponto que me causou desconforto, foi o excesso de cenas sexuais explícitas. Entendo que a sexualidade é parte importante da identidade de Ney, e que sua liberdade sempre foi uma forma de resistência. Mas talvez, para quem está começando a descobrir sua arte — especialmente o público mais jovem — o destaque maior devesse estar no que ele tem de mais genial: sua música extraordinária e a autenticidade com que enfrentou o mundo.
Porque o que realmente inspira é o fato de que Ney Matogrosso nunca abriu mão de ser quem é. Em uma época em que viver fora da norma era perigoso, ele brilhou. Cantou, dançou, performou — e revolucionou.
Um símbolo de liberdade
Homem com H é, acima de tudo, uma celebração da liberdade, da arte transgressora e da coragem de viver sem máscaras. É emocionante ver retratado, com tanta potência, o caminho de alguém que abriu espaço para tantas vozes que vieram depois.
Assistir a este filme é uma forma de homenagear esse artista gigante — e também de nos perguntar: até que ponto estamos sendo fiéis à nossa própria essência?
Vale (muito) a pena conhecer, relembrar ou descobrir Ney Matogrosso — um homem com H maiúsculo, que ainda hoje canta, vive e desafia tudo o que o mundo tenta impor.
Curiosidades
Apesar de arrecadar mais de 13 milhões de reais em bilheteria, o filme ficou apenas 30 dias nos cinemas antes de ser disponibilizado na Netflix. Essa ação gerou polêmica em torno do lobby do streaming no Brasil e da pressão exercida sobre os cinemas para favorecer grandes filmes de sucesso, prejudicando a indústria cinematográfica nacional.
Jesuíta Barbosa, que interpreta Ney Matogrosso, usa sua própria voz cantada no início do filme. O canto em Rosa de Hiroshima é a voz do ator, provavelmente aprimorada para se assemelhar à de Ney Matogrosso, da mesma forma que o filme Maria aprimora a voz de Angelina Jolie para se assemelhar à de Maria Callas.
O título original, Homem com H, aborda questões sociais relacionadas à percepção de masculinidade no Brasil, em contraste com a autoapresentação de Ney Matogrosso, que desafia todas essas ideias. Também faz referência a uma música que ele gravou.
O filme retrata brevemente uma das maiores polêmicas em torno de Ney Matogrosso, acusado de copiar a banda de rock Kiss. Na verdade, é o contrário. O Secos & Molhados foi oficialmente formado em 1971, embora a banda já se apresentasse junta desde o final dos anos 60 e já fosse conhecida por sua maquiagem. O KISS surgiu anos depois, em 1973.
Onde assistir?
O filme está nos cinemas e na Netflix.
Avaliações
-
8,1
---
7,2
Tags:
#cinebiografia #filmes #movies #drama #biografia #netflixVisualizações:
10Comentários (0)
Efetue login para poder comentar. Ainda não tem uma conta? Registre-se